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Para quem não sabe, hoje é dia do blog. Não desse blog (mas tá pertinho, é dia 8 de setembro!!!), mas de todos os blog.
Pensei em escrever algo dando parabéns a todos que tem um blog e tudo mais, mas então decidi falar sobre como é ter um blog. 
Ter um blog é escrever para o nada e para o tudo ao mesmo tempo. É ter a certeza que você está fazendo tudo direito ao mesmo tempo que você não tem certeza de nada. Ter um blog é ter seu próprio paradoxo online. 
Paradoxo pois é algo tão real para quem escreve, mas é algo que está online, que se um dia der pane no sistema da internet, tudo acabou-se. Desde as postagens, os acessos até o design. 
Ter um blog é se envolver com a intensidade que é ter um blog ao mesmo tempo em que muita gente acha é "um passatempo bobo de adolescente que não estuda".
Ter um blog é se expressar se expressando, é ter uma vida vivendo e principalmente, é ter um blog blogando. 
Ter um blog é algo "ando": uma ação em progresso sem final previsto.


Beijos
S.S Sarfati 


Meio termos me irritam. Não gosto de coisas mornas. Para mim, ou o leite é quente ou o leite é frio. Estações meio termo me irritam também: não gosto nem de primavera nem de outono. É horrível sair de casa com uma camiseta de manga curta e ter que levar um moletom para caso precise. A pior coisa do mundo é a indefinição. 
Tudo e nada na vida são indefinidos: não há meio termo para um monte de coisas: gravidez, doença, computador quebrado, lápis de cor, giz de cera, caixa, mochila, sofá e pegador de sonhos. 
Mesmo assim, há um monte de coisas indefinidas: Bentinho não me deixa mentir. Além do mais, todas as relações humanas estão no campo das coisas indefinidas. As pessoas estão nas coisas indefinidas. Pessoas são indefinidas.
Convivo com pessoas, e pessoas estão nas coisas indefinidas. Então, imaginem só a angústia que é odiar indefinição e conviver com pessoas?!

Beijos
S.S Sarfati 


Relembrar. É tudo sobre colocar a mão na caixa do passado, sacudir e retirar ao acaso uma bolinha feita de algo que você provavelmente já tratou de esquecer. 
E o mais engraçado, é que mesmo insistindo em retirar apenas uma única bolinha, retiramos várias outras menores juntas. E nem sempre sabemos lidar com elas.
E o problema está nisso: elas vêm, sem nem querer saber se podemos ou não lidar com elas. 
É algo como reencontrar. 
Quando reencontramos algo que fez parte da nossa vida a uns anos atrás, nós estamos reencontrando o nosso antigo eu e nem sempre temos muito orgulho de quem nós fomos. 
Bobagem nossa. Se nós não tivéssemos sido quem nós fomos, cometido os erros que cometemos, acertado os acertos que acertamos, nós não seriamos o que somos hoje. 
E nós podemos não ser 100% do que queríamos ou sonhávamos quando éramos mais jovens, mas com certeza somos melhores que ontem.


Beijos
S.S Sarfati


Confesso que aquele dia estava estranho: eu tinha acordado mal, tinha ficado zonza o dia todo, pessoas que eu não esperava estavam sendo especialmente simpáticas comigo e meu desempenho em algumas provas tinham ido muito além do que eu esperava. Mas até ai, normal. Eu vivia me surpreendendo com o meu desempenho em provas, que bom que dessa vez era para melhor.
Caminhei para casa no ritmo de sempre: nem muito rápido, nem muito lento. Na velocidade ideal para que meus pensamentos e devaneios inundassem minha cabeça. Sabe, acho que a melhor parte de andar a pé é conseguir ouvir melhor seus próprios pensamentos. Então algo me tirou dos meu devaneios: era uma música. Conhecida, porém eu não era capaz de dizer qual era. Apesar de receosa, continuei caminhando em direção da minha casa. E o mais engraçado era que ao que eu me aproximava de casa, a música aumentava. E então eu fui capaz de reconhecer a música e não pude acreditar: SEMPRE no começo de fevereiro, queira você ou não, assista Globo ou não, a música da Globeleza começa a tocar por ai. Céus, essa música sempre me irritou! E agora como essa música estava tocando na minha casa?! O mais estranho é que parecia ter uma bateria tocando essa música. Apesar dos pesares, continuei caminhando. 
Quer saber a parte mais louca? TINHA MESMO UMA BATERIA DE ESCOLA DE SAMBA TOCANDO A MÚSICA DA GLOBELEZA! NA MINHA CASA! NO JARDIM DA MINHA MÃE! O que era aquilo? Eu não podia acreditar, era doidera. Com muito esforço, achei a chave de casa e entrei. A bateria cessou. Eu sei que era de tarde, mas a sala de casa estava escura. E quando eu digo escura, era escura mesmo. As janelas estavam tampadas com uns panos pretos não deixando a luminosidade entrar. Além disso, a mesa da sala de jantar tinha sumido. No lugar havia um tablado. O que minha mãe estava aprontando dessa vez?! E eu fui surpreendida novamente: uma batida forte de piano invadiu a sala e os meus ouvidos. Uma voz forte a acompanhou e as luzes se ascenderam em cima do tablado: Freddie Mercury estava lá. FREDDIE MERCURY ESTAVA LÁ! COMO ASSIM FREDDIE MERCURY ESTAVA LÁ?! Quero dizer, esse cara morreu faz tipo, muito tempo. Mas não era o Freddie Mercury, era o Freddie Mercury, mas era a versão meme. Eu fiquei de queixo caído. O que o meme do Freddie Mercury estava fazendo na minha sala cantando "We Are The Champions"? A música é imortal, mas mesmo assim. Antes que eu pudesse concluir algum raciocínio, o refrão fez a sala tremer: "weeeeeeee are the champions my frieeeend".
Eu caí. Literalmente, eu caí. Nisso eu lembrei que eu tinha uma mochila de escola. Uma colorida e cheia de chaveiros mochila de escola. Decidi abri-la. Revirei alguns cadernos e achei um pedaço de papel: céus, eu tinha tirado dez em física!


Beijos
S.S Sarfati


A célebre frase usada pelo atual presidente dos Estados Unidos em sua campanha presidencial em 2008 virou frase popular ao redor do mundo, e óbvio que no Brasil não seria diferente. 
Não precisa ser muito observador para ver que essa frase já foi usada em diversos contextos, principalmente humorísticos. Mas o contexto em que ela vem hoje, não tem nada de humor. É como nós podemos mudar o mundo.
E antes de mais nada: sim, nós podemos! 
Se cada um fizer sua parte, o mundo pode ser diferente. E isso não é coisa de adolescente utópico. 
A partir do momento em que acreditamos que as coisas podem ser diferentes, nós a vemos sobre outros olhos, fazendo-as serem realmente diferentes. 
E ao vê-las diferentes, tudo a nossa volta torna-se diferente. 
Inclusive nós mesmos.
E qualquer grande mudança começa de quem as faz. 

Beijos
S.S Sarfati



Ela não precisou de muito para ficar especialmente bonita aquela noite: um shorts jeans, uma blusa preta larguinha - daquelas que mostram bem o ombro e deixam a alcinha do top aparecendo, um olho carregado que combinava com tudo isso e um all star que parecia ter sido feito para a situação. Ela não precisava se preocupar com o cabelo, era do tipo que estava sempre impecável com uma longa franja e ondas no final da sua extensão.
Desceu as escadas da velha casa onde morava de forma apressada, porém leve. Não gostaria que ninguém percebesse que ela saiu. Não que ela estivesse indo fazer algo de errado, ela apenas não gostava de dar satisfações a ninguém. Assim como sua casa, a escada era velha. Era longa e de madeira escura e pesada. Era difícil passar desapercebida por ela, mas conseguiu. Notou um dos seus irmãos mais velhos na sala, o mais velho de todos, o que foi forte e segurou toda e qualquer onda quando o pai deles morreu e a mãe entrou em depressão. Ele era seu herói. E doía ver o seu herói sábado a noite em casa assistindo um daqueles filmes ruins que passam na televisão. Ele merecia mais. Ele merecia alguém. Os seus outros dois irmãos tinham alguém, mesmo ela quase tinha alguém também. Então procurou afastar esses pensamentos tristes da mente antes que pudessem borrar sua maquiagem. 
Passou pela porta e a fechou com delicadeza extrema. Enfim livre. De onde morava dava para escutar uma música ao fundo. Não conseguia identificar ao certo qual era, mas através dela sabia que seguindo a música ela iria chegar ao seu destino. E a cada passo que dava a música aumentava, ela adorava tudo aquilo. Podia sentir seu corpo balançando em resposta a música alta. Ela era uma pessoa livre.
No caminho encontrou algumas pessoas mais velhas, outras mais novas, outras da mesma idade, algumas chapadas e outras que como ela, só queriam sentir a música passar pelos seus corpos como se fosse uma descarga elétrica.
E quando ela se deu conta, ela estava dançando no ritmo da música, como se ela e a música fossem um só. 

Beijos
S.S Sarfati

Tem uma coisa que anda definindo 2013: não está sendo fácil para ninguém, nem para mim. Tive a ideia de escrever algo assim em Julho, mas acabei deixando de lado a ideia. Mas agora é a hora: em oito meses de 2013, o que será que eu aprendi?


-Dar tempo ao tempo: é horrível e eu odeio. Mas é necessário. Principalmente quando trata-se da relação com as pessoas. Pessoas são complicadas, já disse. Não sabemos o que passa na cabeça da outra pessoa então, tem horas que só acreditando que o que tiver que acontecer vai acontecer.


-Tudo mudou: um dia você acorda, se arruma e vai para o seu lugar de costume, seja escola seja trabalho,  e percebe que está tudo diferente e que você é praticamente um estranho no formigueiro.É difícil aceitar que nós temos um ritmo de giro e o mundo tem outro. E que nem sempre vamos estar sintonizados. Ou seja, teremos que aprender a viver nessa dessintonia.


-Você vai se sentir sozinho: não adianta dizer que isso é coisa de pessoa solitária por que não é. Em algum momento, alguma hora, você vai se sentir abandonado, largado e sem chão. E não há mal nenhum nisso tudo. Quanto mais cedo você admitir isso para si, mais cedo o chão vai voltar.


-A única pessoa que vai mudar sua vida é você: pare de achar que alguém vai mudar sua vida por que não vai. Se você quer ser mais inteligente, você deve ler mais. Se você quer ter mais amigos, você deve ser simpático e agradável. Se você quer uma vida melhor, você deve olhar para sua vida e ver o que está de ruim nela e tentar mudar.


-Você não tem poderes mágicos e quem manda é a Mãe Natureza: você está inserido em um contexto e nem sempre mode mudá-lo. Quase nunca pode, para falar a verdade. Algumas coisas você pode, outras você apenas tem que aceitar e se mesmo assim ainda não estiver feliz, você deve tentar ver o mundo por outros olhos.

-Você não controla tudo: mais do que ninguém eu sei o quanto é difícil apenas aceitar algumas coisas, mas é preciso.


-O mundo não espera você ficar bem: ele continua rodando. Simples assim. Você tem que ficar bem no tempo que dá, não no que você quer. A primeira vista parece cruel, mas com o tempo você percebe que isso tem seu lado bom.


-Desapegue: não imagine, crie ou tente viver sua vida pensando em outras pessoas. Parece egoísta, mas é apenas para não sofrer. Não imagine que você vai ter alguém contigo, a única pessoa que você sempre tem com você, é você mesmo. 


Beijos
S.S Sarfati

Noah acordou. Abriu os olhos e tateou entre os lençóis em procura da esposa. Estranhou o fato de estar sozinho e levantou a procura dela. Caminhou pela casa e se deparou com a ela, já acordada, no quarto da filha do casal.
O quarto era bem pequeno, com espaço apenas para o essencial: berço, comoda, um pequeno guarda roupa para as roupinhas da bebe. Nada demais. Mas mesmo o espaço sendo pequeno, isso não era sinônimo de mal decorado.
-Ei amor, não sabia que já estava acordada - disse Noah abraçando Sami por trás, colando seu corpo ao dela e afastando o cabelo da morena da nuca e depositando pequenos beijos lá - Eu não ouvi ela chorando. Poderia ter vindo aqui por você.
-Mas ela não estava chorando. Então Liz - disse a mãe para a pequena que segurava nos braços perto do berço de madeira - parece que alguém se esqueceu que dia é hoje.
-Do que vocês estão falando? 
-Então você realmente se esqueceu que dia é hoje? - disse Sami virando-se e encarando Noah.
-Desculpa - disse ele coçando a parte de trás da cabeça - Eu não consigo mesmo me lembrar. Eu juro que não é de propósito.
-Pegue aquela sacola em cima da comoda. Talvez você se lembre. - E Noah caminhou em direção a comoda e pegou uma pequena sacola que por lá estava. Dentro da sacola tinha um pequeno embrulho em papel de presente azul. 
-Sami, o que é isso?
-Eu que escolhi. Mas a Liz quem me ajudou - Ainda sem entender o que ela queria dizer, Noah seguiu abrindo o embrulho. Ao acabar, se deparou com um boné verde petróleo - A Liz disse que você ficaria muito bonitão usando isso por ai. Inclusive, ela faz questão que você ande com ele sempre que você for passear ao ar livre com ela. Principalmente se a mãe dela for junto.
-Elizabeth disse tudo isso? - disse ele com um sorriso brincalhão nos lábios.
-Disse. Não está acreditando em mim, papai? - risos.
-Mas Sami, por que tudo isso? 
-Leia o que está dentro do boné - e nesse momento Noah abriu o boné e se deparou com um pequeno bilhete escrito em caneta e com uma caligrafia bonita "Feliz dia dos pais, papai."
-Sami... - disse Noah com o braço trêmulo e com a voz igualmente trêmula - Quantos anos eu não comemorava o dia dos pais. 
-Eu sei disso. Você quer segura-la um pouco? 
-Claro - disse ele pegando a filha do colo da mãe.
-Vou na cozinha preparar algo para o café - disse ela deixando o pai e a filha sozinha.
-Eu adorei o presente Liz - começou Noah - Sabe, em todos esses meses com você, eu nunca tinha percebido que agora eu ia voltar a comemorar o dia dos pais. Eu não comemoro desde que eu tinha uns dois ou três anos... Ou seja, faz quase vinte e cinco anos. E isso é tempo pra caramba Elizabeth. Um dia você vai entender o que são vinte e cinco anos - Noah fez uma pequena pausa e continuou: depois que meu pai foi embora, eu fiquei com raiva do dia dos pais. De ver todos meus amigos falando que amavam os pais, comprando presentes... Como se eles tivessem alguma culpa que meu pai me abandonou. Eu sentia raiva por não ter sido capaz de fazer meu pai ficar. Depois que entrei na adolescência, percebi que meu pai não iria mais voltar e além de queimar tudo que eu tinha guardado para ele, eu passei a ignorar esse dia. Acho que uma parte de mim achou que ignorando o dia dos pais, ignoraria também o fato de eu ter um pai. Um pai que fez questão de me abandonar. Eu sentia raiva. Uma raiva gigantesca dentro de mim que eu sempre achei melhor ignorar. Então eu cresci. Não apenas de idade ou tamanho, eu cresci como um homem. E vi que guardar a raiva que eu sentia de tudo isso, não iria me fazer bem. Acho que como forma de externar minha raiva, eu fiz você - risos - Então você não tem ideia de quanto é intenso para mim pensar que daqui para frente, para sempre, eu serei pai. Seu pai. São tantas oportunidades para acertar, mas são tantas oportunidades para falhar... E eu não vou me perdoar se falhar com você - pequena pausa - sabe qual a melhor parte de ser pai? É ter a oportunidade de acertar os erros e ser tudo o que eu queira ter tido. É dar o que você não recebeu. Não espero que você entenda isso, você nem entende o que eu falo. Mas se tem algo que eu tenho certeza que você entende é que eu te amo Elizabeth.  

Beijos 
S.S Sarfati

"Olá, meu nome é Sofia Andreassa, tenho como pseudônimo S.S. Sarfati e eu adoro assistir novela. Esse é o meu prazer culposo. "
Tudo mundo tem um prazer culposo e o meu é assistir novelas! SIM, eu sei que eu pareço uma velhinha de 80 anos (beijos Vó <3) quando digo para o meu pai "Nada de mudar de canal! Em cinco minutos começa Saramandaia!"
Na última temporada de Glee, um dos episódios era sobre prazer culposo. Prazer culposo não é nada mais que aquela coisa que você gosta muito, não abandona, mas tem um bocado de vergonha de admitir. Seja por questões internas ou por conta do ambiente em que você vive.
Há tempos venho querendo fazer um post sobre o meu prazer culposo, mas nunca entendi muito bem qual era o meu. Até eu entrar de férias e começar acompanhar Saramandaia, Malhação e, as vezes, Sangue Bom (novelas das 23h, 17h e 19h, respectivamente).
TODAS as férias eu viro noveleira (tenho um amigo que também vira, ai ficamos comentando a novela "nossa ouvi dizer que a filha de fulana vai ter leucemia" "não!" "pois é, e a fulana por isso vai se aproximar do pai dela. Acho que eles ficam juntos" "<3"). Nas últimas (as do Natal-Ano Novo) eu coloquei a culpa no fato da minha vó estar morando comigo e eu assistia para fazer companhia a ela.
Alias, antes da minha mãe voltar a trabalhar, vivíamos assistindo novela das 18h juntas. As nossas favoritas são aquelas de época, fofinhas e bem aguinha com açúcar.
A verdade seja dita: qualquer coisa com enredo me prende a atenção. QUALQUER coisa. Não sei explicar como ou por que, mas desde sempre fui assim. Além disso, a facilidade com que guardo detalhes dos enredos antigos (seja novela, filme, série), relação ator-personagem ("Sabe a Zélia de Saramandaia? Então, ela fez a Elzinha em Ciranda De Pedra..."). Inclusive, quando o assunto é série, chego a lembrar o que aconteceu em cada episódio.
Enquanto Mônica faz Medicina e fala alemão, eu leio posto em um blog e assisto novela.


Beijos 
(Saramandaia vai começar agora!)
S.S Sarfati