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-Então você gostou do museu de arquitetura? - perguntou Leonardo na saída do museu.
-Leo, você está mesmo perguntando a uma futura arquiteta se ela gostou de um museu que só fala sobre isso? 
-Só quis ser educado. 
-Mamãe te ensinou bem. 
-Você nunca fica curiosa que eu nunca te falo dos meus pais?
-Fico, mas não cabe a mim bisbilhotar na sua vida. Ou cabe?
-Não iria me importar tanto assim se você me perguntasse algumas coisas sobre meus pais.
-Então, o que você quer dizer sobre eles?
-Eu era bem próximo da minha mãe até sofrer o acidente, depois disso ela se isolou do mundo e inclusive de mim. E meu pai é o típico cara de finanças, exigente e controlador até não poder mais. Ambicioso até dizer chega. Sou muito do que vi ele sendo, mas não me orgulho muito disso.
-Por que não?
-Nunca fui fã do jeito que ele tratava os outros. A família, os amigos e colegas de trabalho... Ele é um cara muito egocêntrico.
-Você não é egocêntrico.
-Pelo menos isso -risos - Sou exigente, ambicioso, gosto de controlar as coisas a minha volta, mas nada comparado a ele. Ele sim é um Scrooge.
-Então você continua lendo o livro?
-Mas é claro! Não iria parar agora que estava ficando bom.
-Em que parte você está?
-Fantasma do natal presente. 
-Minha parte favorita é a do fantasma do natal futuro.
-Por que?
-Na verdade, não sei. Mas eu gosto da maneira que Dickens retrata o Ebenezer quando ele se vê com o ele futuro.
-Com essa conversa você deveria ter ido fazer letras.
-Você sabe que eu pensei seriamente nisso? Mas daí eu lembrei que teria a parte de gramática também então... argh!
-Eu também considerei fazer letras.
-Você?
-Eu, por que?
-Não sei, acho que não combina com você.
-Só por que sou homem? Não achei que você tivesse preconceitos.
-Não tenho, só não imagino você na faculdade de letras. Mas sabe de uma coisa, você com certeza seria o aluno mais gato de toda a turma.
-E provavelmente o único homem, não é?
-Não necessariamente, mas ainda sim o mais gato - risos - Por que você ficou vermelho?
-Não sei.
-Não vou ser tão assertiva da próxima vez então.
-Que isso, eu gosto - disse ele passando o braço em volta dela - Só não estou acostumado.
***
-Esse é o meu restaurante favorito. Tem o melhor lanche de salmão com molho de maionese e batata frita do mundo! 
-Tanto por que não acho que muitos lugares sirvam pratos assim.
-Mais um ponto para aqui! Délia, eu sei que você vai adorar aqui. E você come peixe né?
-Não.
-O que?! 
-Brincadeira, como sim. Mas da próxima vez, me pergunta antes de fazer o meu pedido tá?
-Desculpa é que eu estava tão empolgado que...
-Leo, sem problemas. Só me pergunta tá? - disse Délia sorrindo para ele.
-Sem problemas. 
-E advinha se não é o mais novo casalzinho? E ai Leo, tirou a manhã de folga para levar a namorada brincar no parquinho?
-Olá Maria Clara, como vai? - perguntou Délia com um sorriso antipático no rosto.
-Vou ótima Délia querida, e você? Imagino que não poderia estar melhor, tirando o namorado do trabalho no meio do dia... A vida deve ser ótima para você, não é querida?
-Maria Clara, por que você não vai almoçar? O seu horário de almoço está acabando.
-Assim como o seu Leonardo. Aliás, Délia, você sabe a história desse restaurante? Eu quem o trouxe aqui. Aposto que ele pediu lanche de salmão com molho de maionese e batata frita, não é? Era o que nós costumávamos pedir.
-Maria Clara, você está se tornando inconveniente. 
-Então estou atingindo o meu objetivo. 
-Por favor Maria Clara, chega!
-Só para ser clara Leonardo, eu vou destruir você.

Beijos
S.S Sarfati

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