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Sim, elas vão. Por que é isso que as pessoas fazem ou pelo menos deveriam fazer, na maior parte do seu tempo: pensar.
E isso nem é ruim por que pensar cuidadosamente, em muitos casos, é anteceder o futuro e suas consequências. O que estraga tudo é que as pessoas não usam o tempo delas para pensar em suas vidas, antecedendo o seu futuro: elas pensam demais nas outras pessoas.
Gasta-se muito tempo pensando, articulando, questionando a vida das outras pessoas e por isso, acaba esquecendo de pensar na sua própria vida.
Como se pensar na vida de alguém fosse útil! Se preocupar é uma coisa, mas a partir do momento que você acha que o que você pensou para a vida de outra pessoa é lei, você tem um sério problema. Nós ditamos as leis da nossa vida.
Pelo menos na teoria, somos donos da nossa própria jornada. Nós podemos mudar de lugar se não estivermos satisfeitos, não somos árvores!
E como se não bastasse termos pessoas inconvenientes pensando nas nossas vidas, dependendo da sua idade, é bem comum você ter alguém pensando especialmente no seu futuro para você também. 
Qualquer pode ter uma ideia de futuro para si. E não é por que a ideia de futuro dela não é a mesma que você faz para ela, você está mais certa. O futuro é dela, portanto a ideia também. O que faz a sua mais errada.
Se nós pensamos e acreditamos, pelo menos por um instante a ideia está certa. Depois podemos achar a ideia descabida, mas por um instante ela esteve certa. 
O que é mais inacreditável é que nem sempre quem tem uma ideia certa para o seu futuro, tem uma ideia certa para o seu próprio futuro.


Beijos
S.S Sarfati


Não importa quantos anos você tenha, mas se você já assistiu meia dúzia de comédias românticas, certamente já ouviu a clássica "Não é você, sou eu.". Mas não é preciso ter muita experiência no assunto para entender que o que está subentendido na frase é "não sou eu, é você!". E quem escuta tal frase, sabe muito bem disso.
O pior é que essa é o tipo de frase que tem um sentido literal e um sentido figurado, o figurado é que a pessoa que diz é realmente o problema.
É uma mentira universal. Todo mundo sabe que é uma mentira, e mesmo assim, todo mundo continua a dizer. Inclusive, arrisco a dizer que alguns até acreditam. 
A pergunta é: se todo mundo sabe que é uma mentira, por que não dizem a verdade de uma vez? É mais fácil e dá para digerir mais fácil. Ser sincero dói e é mais difícil, mas a dor dura menos. 
As pessoas se esquecem que o mundo dá voltas. E que se hoje o outro é o problema do relacionamento, no seu próximo relacionamento o problema pode ser você. 

Beijos 
S.S Sarfati 

Tem história mais confusa que a da Bela Adormecida?

Confusões são chatas. Confusões são verdadeiras pedras nos nossos sapatos. Confusões, por definição e certa obviedade, são confusas. 
Eu pelo menos não conheço ninguém que goste de estar confuso ou em uma situação assim. Quero dizer, é chato. É como se você caminhasse, caminhasse e caminhasse, e mesmo assim, estivesse perdido. É como se você nunca fosse encontrar um caminho - e olha que nem precisa ser o caminho certo, basta ser um caminho. 
Além do mais, a confusão representa uma incerteza. E seres humanos não foram feitos para estarem incertos sobre algo. Somos paradoxais, mas nem tanto.
Mesmo assim, o mais bonito de estar confuso é o charme que aparece quando encontramos o que estávamos procurando: sua solução.
A solução para uma confusão pode ser algo muito grande, assim como pode ser algo muito pequeno. Pode ser algo simples, assim como pode ser algo complicado. Não importa. 
Muito se reclama da confusão e do seu estado confuso, mas paremos para pensar: se tivéssemos soluções rápidas para tudo, nunca iriamos evoluir. O príncipe só fica com a princesa no final por que entre o "Era uma vez" e o "felizes para sempre" há uma grande confusão. 
Confusões são boas. Lá no fundo, mas são. Elas nos fazem pensar melhor, evoluir, refletir. As vezes elas podem parecer sufocantes como se nunca fossemos encontrar uma luz no fim do túnel, mas não é bem assim: quanto mais confusos ficamos, mais entendemos a vida e suas voltas. Ficamos mais maduros e sábios. 
De qualquer forma, viva as confusões.


Beijos
S.S Sarfati


Eu sei que sempre dizem que a mudança deve ser de dentro para fora, mas na realidade, não é bem assim que funciona: 
Lógico, que o ideal (até mesmo um pouco utópico) é primeiro você mudar por dentro, mudar sua essência, mudar quem você é, para depois mudar por fora. Ou até como os mais utópicos diriam, a mudança externa vai acontecendo ao mesmo tempo que a mudança interna. 
Mas as vezes queremos mudar radicalmente: queremos ser outra pessoa,  com novos hábitos, amizades e comportamento. E nós não estamos com paciência de esperar o nosso interior se refazer a partir das nossas novas ideias. Por isso digo que não há mal nenhum em mudar primeiro o externo e depois o interno. 
Novo estilo, novo corte de cabelo, novas roupas, pode ajudar. As vezes, quando mudamos primeiro o externo, estamos só dando uma "mãozinha", um "empurrãozinho" para o interno ir lá e fazer sua parte na transformação.
Quando a mudança é primeiro externa, você está dando o primeiro passo para fora da sua caixa, da sua zona de conforto. Por que cá entre nós, humanos, somos apenas capazes de mudar quando realmente precisamos. A raça humana só evolui quando em crise. Se uma raça toda é assim, qual o problema de continuarmos seguindo essa linha de raciocínio? 
Se você quer mudar, seja sua atitude ou qualquer outra coisa, você vai ter que se provocar. Vai ter que se colocar em uma zona de perigo, e principalmente, se obrigar a correr riscos. Nenhuma mudança é fácil, porém todas são necessárias para nossa evolução - até mesmo as mudanças "ruins". Tanto por que, não há mudanças verdadeiramente ruins.


Beijos 
S.S Sarfati


-Oi meu amor. Eu pensei que você saia só depois das oito do trabalho hoje. Aconteceu alguma coisa? - perguntou Noah, preocupado, assim que atendeu a chamada da sua pequena. 
-É, mais ou menos. Quero dizer eu estou meio doente e vou para casa mais cedo. Eu sei que eu não deveria estar te ligando, mas se fosse ao contrário eu iria adorar que você me avisasse.
-Sami você está indo para casa?
-Estou.
-Em meia hora eu te vejo, tá?
-Noah, não precisa. Eu vou ficar bem. Não se preocupe.
-Eu não estou perguntando se você precisa ou não de mim. Eu vou ai ficar com você e pronto.
-Obrigada Noah.
-Não precisa agradecer. Eu te amo tá? 
-Também.
-Beijo.
-Beijos.
***
Noah sabia que aquelas escadas não eram tão grandes assim, mas naquele momento, aquelas escadas pareciam ter o dobro da altura que tinham originalmente. Ele subia apressado, tomando cuidado para não cair. Ele estava preocupado com sua pequena. Ele sabia que não deveria ser nada demais, que era só um resfriado bobo, mas ele queria cuidar dela. Quando finalmente chegou ao apartamento dela e conseguiu colocar a chave na fechadura e girá-la, foi um alívio. 
-Saminha, cheguei - gritou Noah enquanto colocava sua mochila na mesa perto da porta.
-Oi meu amor - disse ela se aproximando com uma caneca de leite em suas mãos - Quer um pouco? 
-Não, estou bem - risos - Incrivelmente, mesmo doente, você está linda como sempre. 
-Jura?! - disse ela olhando para si. Ela vestia uma calça de moletom azul e uma camiseta de manga curta branca, enquanto seus fios de cabelo estavam presos em um bagunçado coque -Bem, obrigada. - risos.
-Só não gostei desse pé descalço no chão.
-Para de bancar o chato? Eu já ia colocar uma meia. 
-Eu tenho certeza que ia.
-Virou minha mãe por acaso?
-Não. Mas seu pai talvez - risos.
-Deita na cama, enquanto busco uma coberta e uma meia. Ah, liga a televisão também. Eu trouxe alguns filmes. 
-Sério? Quais?
-Desses de menininha. Do tipo que você gosta.
-Eu não me importaria de assistir os filmes que você gosta.
-Eu sei. Mas um pouco de aguinha com açúcar não mata ninguém, não é? 
-Você é muito carinhoso - disse ela depositando um beijo na sua bochecha quando ele voltou com a coberta e a meia - O que tem na mochila? 
-Várias coisas - disse ele caminhando em direção da mochila no outro canto do apartamento, que era minúsculo - Filmes, chocolate em pó para você.
-Como você descobriu que eu como chocolate em pó?
-Foi um palpite - risos - Achei que você iria precisar hoje.
-Eu adoro comer chocolate em pó quando eu estou carente.
-Mas você não vai ficar carente. Pelo menos não enquanto eu estiver aqui! 
-Te amo Noah.
-Eu também te amo pequena - disse ele dando um beijo na testa dela, que nessa altura, já estava praticamente deitada na cama com ele sentado ao seu lado - E, eu trouxe algumas roupas. Para poder ficar aqui pelo menos essa noite enquanto você estiver doentinha.
-Então você dormir abraçadinho comigo?
-Sim.
-Você vai me perguntar se eu quero leite, comida, essas coisas?
-Vou.
-Ai Noah! Isso é tão bonito da sua parte! Eu não acredito que você esteja fazendo tudo isso por mim. Por mim!
-Sami, você vai chorar?
-Vou! - pequena pausa - Sabe Noah, eu tenho tendência a ficar chata quando fico doente...
-Só quando fica doente? 
-Noah!
-Brincadeirinha.
-Mas eu fico chata, pegajosa, carente, tudo isso quando fico doente. 
-A parte de carente eu dou conta. 
-Você é tão confiante... Por que não escolhe o filme?
-Tudo bem. 
***


Já se passava das duas da manhã quando Noah chegou em casa. Poderia parecer estranho para qualquer um ver Noah chegando em casa tão tarde em uma sexta a noite, mas para eles era normal: Noah era técnico de som em uma empresa de eventos. O que não era normal, era encontra-la comendo coxinha na mesa da pequena cozinha naquele horário. 
-Achei que ainda estaria dormindo.
-Não... Dormi das quatro as onze... Credo! Eu nem terminei de ver o filme com você. 
-Tudo bem. Só para avisar, a Sophie e o neto da senhora ficam juntos. 
-Noah! Por que você tinha que me contar?! Eu não queria saber! Estava tão animada que hoje eu iria assistir o filme de novo!
-Veja pelo lado bom, tem mais uns três filmes dentro da mochila para assistirmos...
-Mas eu queria esse!
-Tudo bem! A gente assiste esse!
-Mas agora eu já sei o final, não tem mais graça! - pequena pausa - Noah, eu estou tão chata! Por favor, me abraça! - disse ela jogando-se em direção ao rapaz que prontamente a abraçou.
-Ei pequena, estou aqui. Calma. 
-É que eu fico tão chata quando estou doente! Tão grosseira, tão estúpida...
-Eu aprendi a relevar tudo isso tá? - disse ele fazendo carinho no cabelo, agora solto, da menina - veja pelo lado bom: ver você comendo é um ótimo sinal. Por que quando você melhora, você fica super esfomeada.
-VOCÊ ESTÁ ME CHAMANDO DE GORDA?!
-O que? Gorda? De jeito nenhum!
-Você acabou de dizer que eu fico esfomeada!
-Entenda bem o que eu disse: eu disse que você fica, um estado de espírito, uma ação momentânea, não uma ação constante.
-Vai pro inferno você e seu conhecimento gramatical! Eu te odeio! - disse ela se dirigindo a sua cama.
-Sami, por favor, volta aqui. Você sabe que não foi isso que eu quis dizer... 
-Te odeio! - disse ela enquanto deitava de bruços.
-Não diz isso...
-E eu não quero você sentando-se do meu lado! Você é um idiota, insensível, cretino e eu me odeio muito por ter me apaixonado por você, e ainda mais por continuar me apaixonando por você todos os dias!
-Eu só disse que você fica com muita fome, as vezes. Mas só isso. - pequena pausa - Você ainda está apaixonada por mim? 
-Eu me apaixono todos os dias por você Noah... É tão difícil perceber? Você me força a isso... Quero dizer, você veio cuidar de mim. Com filmes, chocolate... Veio disposto a dormir abraçadinho comigo. Mas é lógico que eu vou continuar apaixonada por você...
-E mesmo assim me odeia? - risos.
-Amor e ódio são duas faces da mesma moeda.
-Se assim prefere... Olha, se você quiser eu vou embora. Mas eu não estou muito afim de ir.
-Você está afim do que? 
-Sabe quando você está sonolenta, eu ajeito o cabelo atrás da sua orelha, te abraço com os dois braços e você parece uma menininha nos meus braços?
-Sei.
-É um plano bom para você? 
-É um plano suficientemente bom para mim. 


Beijos
S.S Sarfati


Ela era só uma garota, mas ao contrário da música, ela não estava em chamas. Longe disso. Ela só queria ficar longe da água. Longe da água por que a água estraga qualquer penteado e ela tinha cuidados excessivos com seu cabelo, apenas isso.
Ela caminhava de forma doce e alegre com sua mochila escolar nas costas. Era quarta feira e o dia seria cheio: escola até meio dia e meia, almoço, aula à tarde as duas e depois, caminhar no centro da cidade até as seis - horário que sua mãe iria poder busca-la. Ah, era óbvio que ela tinha um guarda chuva na mochila. Sabe, caso chovesse.
Era cedo, não devia passar das oito da manhã, mas não havia nem sinal de sol. Ela dedilhava, nervosa, na carteira escolar enquanto dizia para si "não pode chover, não pode chover!"
-Perdão, o que disse? - perguntou o garoto sentado atrás dela.
-Nada não. Só não quero que chova.
-Algum motivo especial?
-Não, só me importo muito com o meu cabelo.
-Sabe, vocês meninas são estranhas.
-Estranhas?
-É, estranhas. Não se importam de passar cremes grudentos no cabelo, mas quase morrem quando chove e o cabelo molha. Vai entender. - Ele riu para si. Ela queria dar uma resposta para o tal garoto atrevido, afinal, ninguém fazia piadas com o amor que ela sentia pelo cabelo. Ninguém. Nem mesmo seu pai. Todos a sua volta sabiam quanto o seu cabelo era importante para ela. Ela era alguém que, se caso perdesse o cabelo, ficaria sem seus poderes. Todas suas forças estavam concentradas nos seus belos, brilhantes, sedosos, cheirosos e bem hidratados fios de cabelo. Ela sentiu que deveria responder a altura do menino atrevido, mas simplesmente não conseguiu. Isso era frustante para ela. - Ei, eu só estava brincando. Eu sei como o cabelo é importante para vocês meninas. Eu tenho quatro irmãs.
-Três?!
-Aham. Duas mais velhas e uma mais nova.
-Tadinho, você deve sofrer.
-Nem tanto. Pelo menos ando bem vestido - disse o menino atrevido apontando para si e para o moletom azul marinho que vestia. Que ficava muito bem nele por sinal - E você? Irmãos? -Ela respondeu negativamente com a cabeça e continuou:
-Sou filha única. Mas acho que se tivesse irmãos não teria muito tempo para o meu cabelo.
-Por que não?
-Por que eu iria ter que dividir tudo.
-Não é bem assim.
-Não?
-Não. Cada um tem basicamente o seu espaço. É como se cada um de nós fossemos filhos únicos, porém somos filhos únicos com mesmo pai e mãe. - risos - É bobagem achar que só por que têm irmãos as pessoas perdem seu espaço.
-Eu sempre achei isso. Agora não acho mais! - risos.
-Fico feliz em ajudar - risos - Eu estava pensando se você não gostaria de ser minha dupla no projeto...
-Que projeto?! - primeiro o menino olhou surpreso para a surpresa dela, e em seguida começou a rir - E por que você está rindo?!
-Você não prestou atenção em nada do que o professor disse nos últimos cinquenta minutos?
-Não! - e o garoto continuava a rir - Por que você está rindo da minha desgraça?
-Não é da sua desgraça, é que eu simplesmente não consigo parar de rir! - disse ele parando de rir aos poucos - afinal, você quer ou não quer ser minha dupla?
-Tá, pode ser. E obrigada.
-Disponha.
-E esse moletom, que provavelmente suas irmãs que escolheram, é muito bonito.
-Ah, esse fui eu mesmo - E mais nada disseram. Ela  apenas virou-se e começou encarar a lousa cheia de anotações sobre alguma escola literária que ela não era capaz de identificar qual. Talvez ela pudesse pedir as anotações de um tal menino atrevido de moletom azul marinho... Mas essa questão ficava para depois...



***
Devia ser umas cinco horas. E o tempo estava horrível. Havia garoado na hora em que ela saiu para almoçar e ela fez o impossível para fugir da chuva. Ela havia visto o menino atrevido na escola, e ela até pensou em ir falar com ele, mas na hora tinha uma loira do nono ano se esfregando nele. Esfregando o cabelo e os peitos. Como essas novinhas eram assanhadas! Ela não era assim na idade delas, e o cabelo dela era bem melhor - só para constar.
Ela estava sentada do lado de fora de um restaurante, aqueles que têm mesinhas na calçada, esperando sua mãe. Era o lugar combinado. Ela tinha uma hora ainda para andar um pouco, mas ficou com preguiça. Decidiu sentar e esperar. E o seu plano fluiu perfeitamente nos primeiros quarenta minutos. Nos outros vinte ela decidiu "perseguir" o menino atrevido". Mas não do jeito que vocês estão pensando. Foi algo sensato, "planejado".
Na verdade, foi assim:
Lá estava ela, no lugar combinado, esperando a mãe. Tranquila e jogada contra o encosto da cadeira, enquanto examinava as pontas do cabelo, quando viu alguém que passava por ela deixar cair algo. Ela abaixou para pegar e logo reconheceu o objeto: era um livro de literatura igualzinho ao seu. Portanto o dono só poderia ser da sala dela. Quando levantou a cabeça para ver quem era, ela não acreditou na peça que o destino estava pregando: era o menino atrevido.
Ela sabia que não deveria fazer isso, mas fez: colocou a mochila nas costas e saiu correndo atrás dele. O maior problema era que ela não sabia o nome dele. Não fazia nem ideia de como ele poderia se chamar. Ele poderia ter um nome bíblico como Marcos, assim como ele poderia ter um nome francês Jean. Então tudo o que ela poderia fazer era correr atrás dele.
Ela poderia ter sido inteligente e entregado no dia seguinte, mas não. Ela precisava agir por impulso miais uma vez. O pior é que ele não se tocava que tinha uma louca correndo atrás dele. E quanto mais ela corria, mais rápido ele andava. Até parecia que fazia de propósito!
O que ela não contava, é que a calçada tinha um buraco - e que ela ia enfiar o pé lá dentro. Foi tudo muito rápido e nem deu tempo dela fazer outra coisa que não fosse gritar: em uma hora ela estava correndo, na outra ela estava prendendo o pé no buraco e dando um berro alto e agudo. A única coisa boa disso, é que o finalmente o garoto olhou para ela. E preocupado, ele correu em sua direção para ajuda-la.
-Ei, você está bem?
-Acho que sim.
-Dói?
-Só um pouco.
-Eu não te esperava ver hoje de novo.
-Você deixou cair o livro. Estava tentando te entregar - disse ela entregando o livro ao rapaz.
-Aonde exatamente eu deixei cair?
-Naquele restaurante perto da escola.
-Então você está correndo atrás de mim a cinco quarteirões só para me entregar o livro?
-É - disse ela sem jeito.
-Nossa, eu não esperava. - risos.
-Eu sei. Me ajuda a levantar?
-Claro. - disse ele estendendo a mão a ela.
-Bem obrigada.
-Sem problemas, obrigada eu. - risos.
-Amanhã a gente se vê né? Tchau! - disse ela dando as costas e se dirigindo ao caminho de volta.
-Não exatamente - disse ele impedindo-a de seguir seu caminho.
-Como é que é?
-Nós vamos fazer um trabalho juntos e não trocamos mais de vinte frases. Não acha que deveríamos nos conhecer melhor?
-Melhor como?
-Seu nome, por exemplo.
-Nomes são desnecessários. E acho que já conheço o suficiente sobre você: três irmãs, moletom legal, ombros largos, boquinha fofa. O necessário.
-Espera, você acha minha boquinha fofa?
-Eu disse isso em voz alta?
-Disse.
-Bem, acho. Desculpa? - risos.
-Se desculpar por que? Eu acho você uma das meninas mais lindas que eu já vi.
-Além da boquinha fofa, é previsível! Usando frases clichês para eu ser mais uma da sua lista. Por favor, entre na água e conte até um milhão.
-Ei, eu tenho três irmãs, se lembra?
-O que isso tem haver com fato de você ser um canalha previsível?
-Isso tem haver que eu não sou um canalha previsível. Eu aprendi a respeitar as meninas.
-Clichê
-E você não se acha clichê?
-Eu?!
-Toda preocupada com a escola, com cabelo. Senhorita perfeita. Você só deve fazer isso para agradar as pais.
-E se for? O que você tem haver com isso?
-Eu acho que nós somos dois grandes clichês ambulantes. Dois bobões chatos e previsíveis. Você deve querer mudar isso, não?
-O que você pretende fazer?
-Eu pretendo te surpreender.
-Como você pretende fazer isso? Sabe eu sou uma menina... - ela não teve chance de dizer mais nada. Sua boca estava muito ocupada... Na boca dele. Eles estavam se beijando - e que beijo. Era perfeito. Simples assim, preto no branco. E as mãos dele - não do tipo que agarravam parecendo que queriam a sua pele, mas do tipo respeitosas porém hábeis. Será que ele tocava algum instrumento? Ela se distanciou ele por um instante e disse - Uau.
-Uau? - risos - Isso é tudo o que você tem a dizer? - risos.
-Você beija bem.
-Sério? Por que digamos que eu não tenha muita experiência. Na verdade - disse ele coçando a parte de trás da cabeça - você é a primeira com quem eu treino.
-Eu sou seu primeiro beijo?!
-É - disse ele sem jeito.
-Eu nunca fui o primeiro beijo de alguém! Acho que nem do cara que foi o meu primeiro...
-Então esse é o seu dia de sorte -risos - Eu acho que vai chover. Já senti um ou dois pingos na minha cabeça. Você não quer procurar abrigo?
-Não precisa.
-Não?! - perguntou ele surpreso enquanto sentia seu pescoço ser envolvido pelos braços da menina.
-Não. Eu não me importo tanto assim com o meu cabelo - ela deu um pequeno riso e o beijou. 
Enquanto eles trocavam um longo beijo, puderam começar a sentir pingos de água em seus ombros. Só que a chuva foi engrossando até que eles estavam completamente molhados. E nada melhor do que um beijo em baixo de chuva. 
Realmente, talvez haja mesmo boas razões para molhar o cabelo. 


Talvez você não acredite nisso, mas eu tenho. 
É engraçado pensar que alguém calmo como você desperta raiva em alguém, mas faz parte da vida. Eu sei que você faz tudo com as mais boas intenções, mas mesmo assim....
Eu gosto de você, gosto mesmo. Mas por que precisa ser assim? Por que você me faz ter tanta raiva de você? 
Eu sei que você não faz de propósito. Eu confio em você e nas suas boas intenções, mas tem certas coisas que você faz, ou deixa de fazer, que me enlouquecem! Só para você ter uma ideia... Antes de tudo, você sabe como minha imaginação é fértil, não sabe? Isso é um bom começo... Enfim. As vezes eu me imagino te dando uns tapas e gritando com você.
Vai por mim, se você me visse gritando cheia de raiva, você iria preferir os tapas. 
Você é meio "na sua demais" sabe? Não estou dizendo para você virar um daqueles boyzinhos ridículos que odiamos e caçoamos em segredo... Aliás, você se lembra outro dia quando ficamos falando como eles nos irritavam até de madrugada? Você até me prometeu que não iria se tornar um desses... Quando eu disse que não esquecia dos detalhes, eu estava falando sério viu? 
E parece que você também não esquece dos detalhes: acho um máximo quando você lembra de coisas que eu falei quando você parecia não prestar atenção. É esse tipo de coisa que faz a diferença. 
Você é desligado, mas sabe do que eu gosto. Você é desatento, mas sabe que odeio erros de português. Você é insensível, mas me entende. Você é reservado, mas me conta sobre você.
Você é um idiota, mas me faz gostar de você. Bem mais do que eu queria.
E esse é o maior motivo para eu querer te socar. Não é o seu jeito "não estou escutando o que você está falando, mas estou sim", nem as horas que você leva para responder uma simples mensagem de texto. É o jeito que você consegue fazer eu conseguir relevar tudo isso. 

Beijos
S.S Sarfati
Sugestão De Música
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Não precisa ser das pessoas mais geniais do mundo para perceber que na camisa do rapaz está escrito 'hate' (ódio) e no espelho, a mesma imagem é refletida como 'love' (amor) - isso só prova minha teoria de que entre o amor e o ódio, tudo o que há é um ponto de vista.
Ponto de vista por que os sentimentos são muito parecidos: são intensos, vivos, são capazes de mover uma pessoa, ambos são vermelhos e só tem uma única tendência: a de crescer. 
Tenho a leve impressão que não há amor que não precise de ódio para crescer e nem ódio que não precise de amor para continuar existindo: é necessário que haja um pequeno ódio para tornar o amor palpável e um certo amor ao ódio. Para odiar, você precisa amar o que está fazendo - no caso odiando. 
Não importa qual seja mais forte, o que importa é que ambos, nas doses erradas, causam feridas e levam a morte.

Beijos
S.S Sarfati


Quarta feira, meio dia e quarenta e cinco. Céu cinza e chuva forte. Céus aquele dia não poderia ficar pior. Três adolescentes e suas enormes mochilas escolares lutavam para caber em baixo de um pequeno guarda chuva de bolsa. E a chuva ficava cada vez mais forte. Mas sabe qual foi a melhor parte? Os três adolescentes não se aguentavam de tanto darem risada.
Tá, tudo bem, isso daqui não é mais uma daquelas falas onde te dizem "ei, veja o lado bom da vida!" "carpe diem!". O que eu quis dizer é, os três estavam realmente ferrados e molhados com aquela chuva. Só isso. 
Depois disso, não importa o que aconteceu, as duas meninas (o 3° elemento era um garoto) foram para o shopping almoçar. Sabem como é, cidade pequena não tem grandes opções. E enquanto devoravam aquele pedaço de carne (algo que elas fizeram com extrema delicadeza, só que ao contrário) que elas haviam escolhido comer, comentaram alguns desapontamentos. Alguns não, vários. Como disse uma delas "momento recalque". 
Reclamaram de alguns professores, do uniforme ridículo que eram obrigadas a usar, e principalmente, das pessoas falsas ao redor delas. Céus, era tanta gente falsa!
Mas elas não tinham opção, viviam com aquela gente falsa. E elas não eram falsa, portanto, não tinham lá muita amizade com as pessoa falsas. Reclamaram um pouco disso com comentários do tipo "É cara, eu sei. A vida é um saco". 
Mas não ficaram muito tempo nisso, foram ao fliperama. E aproveitando que lá estava vazio, dançaram. Sabe aquelas máquinas enormes cujo o chão brilha aonde tem que pisar? Então. Dançaram oito músicas de pop coreano da forma mais desastrada possível. Não é que elas não tivessem talento, é que o nível 3 torna-se algo impossível para inciantes. E no final de tudo elas comemoram, não ao desempenho delas dançando pop coreano. Muito menos a vida que elas estavam levando. Elas comemoram os erros, os desencontros, as infelicidades, as tristezas. Elas brindaram aos caminhos errados que a vida poderia seguir. Afinal, sem os caminhos errados, não teriam como saber quais eram o certos.

Beijos
S.S Sarfati


Sabe aquele antiga frase de conhecimento popular que diz que a vida é uma caixinha de surpresas? Então. Cada vez mais estou inclinada a acreditar nisso. 
Ok, que a vida é viva e por isso ela é cheia de surpresas, nisso eu sempre acreditei. Mas o que sempre levantou minha curiosidade, por que uma caixa? Por que para mim, quando diz caixa quer dizer um cubo. Mas por que não um circulo? Ou até mesmo um retângulo. E a resposta veio de onde eu menos esperava: na aula de matemática. 
Ultimamente temos visto formas geométricas - aquele negócio de área, volume, aresta, diagonal... (eu até gosto de tudo isso, mas preciso confessar que é um bocado complicado por conta das inúmeras fórmulas). E hoje em um dos assuntos do qual me deparei quando resolvia um daqueles exercícios (muito cabulosos, por sinal) foi que todas as arestas são iguais. E dizer que todas as arestas são iguais, significa que todas as faces são iguais (só para constar, eu já sabia disso. Ninguém chega ao ensino médio sem realmente saber disso). E por tanto não há melhor foma geométrica para descrever a vida do que um cubo.
Acredito que tudo que vai volta. E tudo na vida tem uma razão. E principalmente, por que tudo na vida tem o mesmo tamanho: nossa sorte, nosso azar, nossos amores, decepções, felicidades, e tudo que a compõe. A única coisa que faz parecer diferente, é a maneira que observamos. 
E eu digo isso por que não há noite que sempre dure ou dia que nunca acabe. Se nossa vida fosse feita de dimensões diferentes, não teríamos um sol depois da tempestade.  

Beijos
S.S Sarfati

Caso se lembrem bem, se a Gabriela Montez e o Troy Bolton não tivessem ousado e tentado papéis para o musical de inverno, bem, High School Musical não teria nem sequer existido :X

Quando eu digo 'ousar' acho que muitos entendem como 'causar'. São sinônimos hoje em dia. Por isso, como eu adoro fugir do comum, vou falar do outro sentido de 'ousar': o sentido de fazer algo totalmente diferente do que esperam que você faça. 
Historicamente podemos dizer que os jacobinos foram ousados. Caso contrário, talvez a França ainda vivesse em um sistema absolutista. 
Ousar pode ser desde a sua roupa (um dos sentidos mais comuns) até no seu comportamento. E ter um comportamento 'ousado' não quer dizer ser uma piranha. Apenas que você, de vez em quando, não faz o que esperam que você faça. 
Por exemplo: se você vive em um lugar com grupinhos muito bem definidos e por alguma razão, quer socializar com alguém de um grupo diferente do seu, você terá que 'ousar' e ultrapassar os limites, por mais definidos que eles sejam. 
Não estou dizendo que ultrapassar esse limite é fácil, mas navegar é preciso. É preciso se ariscar. E principalmente, é preciso sair da sua zona de conforto. 
É preciso se arriscar. É preciso coragem. É preciso ousadia. É preciso força de vontade.
Mas como eu disse acima, navegar é preciso.

Beijos
S.S Sarfati


Uau, hoje é dia primeiro de Setembro. Bem, não posso deixar de usar a célebre (e um tanto quanto clichê) frase que diz "Nossa, passou rápido!"
Pois é, os nove primeiros meses de 2013 passaram, de forma geral, rápido. Quero dizer, alguns meses passaram mais rápido do que outros. Como diz uma professora minha "Têm mês que demora dois meses para acabar". 
Pode parecer engraçado, mas estou com um bom pressentimento em relação a Setembro. Acho que quando estamos positivos, atraímos coisas positivas para nós e nossas vidas (nesse momento devemos agradecer não sermos meros elétrons, os pobres coitados só atraem coisas negativas para eles - tá bom, parei com a brincadeira).
Acho que a palavra do meu Setembro é reescrita. Por que "reescrita"? Bem, reescrever é quando você escreve novamente algo que já foi feito. Não quer dizer que o anterior esteja ruim, só quer dizer que ele precisa ser melhorado. Apenas isso. 
Particularmente, considero difícil entender que eu não acerto na primeira tentativa. Sabe, sou meio (super) perfeccionista e exigente comigo mesma.
Creio que esse mês será bom. Vou aprender e evoluir bastante. 
Com certeza vou reescrever muito também: não apenas no sentido literal, mas no sentido metafórico. Setembro será um mês para eu rever, e arrumar quando necessário, atitudes, pensamentos, ideias, conceitos, comportamentos que eu já tenho. Não vou corrigir o que está de errado, tanto por que não vejo tanta coisa errada assim na minha vida. Vou melhorar o que já tenho. Vou começar a reescrever algumas páginas da minha vida. 

E vocês, qual é a palavra do mês de vocês? 
Beijos 
S.S Sarfati

PS: Muito provavelmente vocês não sabem, mas dia 8/9 (daqui uma semaninha!) é aniversário de 1 ano do blog. Preparem-se para surpresas e novidades!