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Tinha um adeus entalado no meio da minha garganta desde que nos encontramos pela primeira vez. Eu olhei para você, você olhou para mim e eu senti as faíscas explodirem dos nossos olhos e se encontrarem em um lugar comum. Eu senti cada célula do meu corpo estremecer ao saber que o contato com você estava próximo. Eu senti coisas que eu nunca imaginei sentir, inclusive aquele adeus instantâneo que você tinha nos olhos desde a primeira vez que sorriu para mim. 
Você tinha um sorriso de bom dia nos lábios e um brilho de despedida no olhar. Todas as horas de todos os dias que passamos juntos sem nunca se cansar de tentar enxergar a tristeza onde não tinha.
Então apesar de não acreditar muito em destino, em determinado momento passei a acreditar que o meu destino era ter te encontrado por alguma razão, mas que você logo teria que partir. Como todo mundo que eu conhecia. 
Aceitei bem o fato de que você não seria diferente dos demais, que você iria ser gentil comigo enquanto fosse bom para ambos e depois disso iríamos nos afastar gradativamente até o dia em que um dos dois iria dizer que tinha outras preocupações na cabeça. Ou eu iria explodir e te acusar de ter tentado curar um coração gelado as custas do desastre pessoal de alguém. Eu aceitei que estaria com você pelo tempo que desse e depois iria para outra. Eu aceitei o fim que você anunciava nos seus olhos toda vez que falava o quanto estava feliz por estar estar comigo.
Você era um pacote que não poderia ser aberto. De poucas palavras, sorrisos sinceros, toques carinhosos, mas sempre o mesmo olhar de despedida. Acho que se você não me olhasse tão distante eu teria me apaixonado por você. Sempre tão atencioso, tão gentil e bem humorado, tão engraçado e inteligente, tão maravilhoso em tantos os sentidos que facilmente se encaixaria em uma lista de qualidades ideais. 
Então quando eu percebi eu te encarava com o mesmo olhar de adeus. Eu tinha adquirido aquela nostalgia presente de você e tinha adequado a minha maneira de ser. Passei a lamentar o nosso fim enquanto comemorávamos nosso aniversário. E só quando eu percebi que eu passei a agir como você eu me dei conta de quanto tempo estávamos juntos e como o fim que sempre esteve conosco estava verdadeiramente longe. Em como havia a distância real e a distância que eu imaginava que era real.
Eu percebi que por saber que você iria partir eu aproveitei cada segundo do tempo que passamos juntos por que eu sabia que em breve você seria uma memória boa demais para ser esquecida pelo tempo ou por conta do que viesse depois. Não importava quem viesse a ficar comigo no final, quem seria o último, eu tinha absoluta certeza que ninguém jamais seria tão bom quanto você. Ninguém seguraria a minha mão como você e ninguém me amaria como você.
Eu me perguntava todos os dias como algo que parecia estar tão no final estava tão bem, mas você me conhece, eu questiono demais, passei a questionar seus motivos, quem você era, quem você queria ser, que eu era, o que seria de nós até um momento em que todas as dúvidas me sufocaram e me fizeram  gritar e eu caí. Eu caí em cima de você e por nenhum momento você hesitou em me segurar. Você me segurou quando eu queria que você me deixasse apodrecer como as rosas que você me dava ocasionalmente. Eu encarava a beleza daquelas rosas todas as vezes que você aparecia com elas por que eu imaginava que na próxima vez elas viriam acompanhadas de um adeus e eu não seria mais capaz de suportar o perfume das rosas. Eu teria nojo de conversar com alguém que usasse o mesmo perfume que você e evitaria ouvir seu nome. Achei que você deixaria acabada. Mas você não fez. Você ficou. Você esperou eu ficar bem para agir normalmente comigo. Você desafiou qualquer previsão que eu poderia ter feito sobre você ou nós. Você me fez voar ao dizer que eu estava errada e que não estava sempre certa. Que eu não seria capaz de adivinhar tudo. Você tirou o poder das minhas mãos sem nunca gritar me acusando de ser controladora. Você nunca gritou comigo. 
Nós terminamos, mas não doeu, não machucou, ninguém chorou ou reclamou. Acabou. E quando eu te disse isso e você apenas assentiu confesso que me frustou um pouco uma vez que eu tinha uma cena toda de despedida na minha cabeça: você ficaria confuso, eu também, eu reconsideraria, mas diria que não tinha mais jeito. Você diria que eu estava ficando louca e eu apenas diria que eu adorei te conhecer e eu descreveria para você como ter você ao meu lado me ajudou. Você acharia bobagem e sairia andando. Na verdade você só sorriu para mim e me beijou. Nada dramático, como se eu fosse te ver no dia seguinte, mas eu não ia. Não ia te ligar e sabia que você também não iria. Você até perguntou se eu queria carona. Aceitei. Na saída apenas me abraçou e disse "até logo". Foi a única vez que você não tinha um brilho de despedida no olhar e então eu pude entender que você nunca quis realmente se despedir de mim ou de nós, tudo o que você queria era se despedir de si, mesmo que isso nunca fosse possível. Você tentava se evitar se afundando na vida de alguém.

Beijos
S.S Sarfati


Pessoalmente meu último ano não foi o ano mais fácil para mim. Desde Dezembro do ano passado minhas certezas mudaram e certas coisas foram verdadeiras bolas de neve na minha vida. Não gostei que tudo isso tenha acontecido, não foi fácil, mas agora entendo que foi melhor assim.
Por mais difícil que tenha sido lidar com o fato de que meu pai foi embora eu pude finalmente entender que ter ele por perto fazia mais mal do que bem. Estar com ele por perto não significava que estávamos bem nem que ele me amava. Foi bom tirar a pressão dos ombros de sempre tentar agradar ele. Resumindo bem, eu sou grata que ele tenha ido embora e tenha finalmente me deixado viver. 
Acho que a parte mais difícil foi deixar ser a família perfeita. Eu sei que nenhuma família é realmente perfeita, muito menos a que eu tinha, mas a ideia de que as pessoas nos consideravam "ideais" era muito tranquilizante. Pelo menos em algum aspecto da minha vida eu era ideal. E ao mesmo tempo era angústia em cima de angústia uma vez que eu sabia que aquilo tudo era meio que uma mentira. Recebi o remédio certo. 
Sou grata por ter conhecido e convivido com as pessoas que conheci e convivi ao longo deste ano. Foram tantas e tão diferentes que eu não consigo imaginar mais minha vida sem as marcas que essas pessoas deixaram em mim e na minha vida. 
Eu estou me esforçando para pensar que se algo aconteceu na minha vida era por que era assim que tinha que ser e que eu devo parar de tentar mudar o que já foi. Sou grata a todas as vezes que entendi isso.
Sou grata pelo meu livro ter sido publicado, extremamente grata na verdade. Sempre quis ser autora publicada antes dos 18 e agora sou. Sou grata por ter realizado um sonho.

Sou grata por ter este blog onde posso falar um monte de coisa sem sentido.
Beijos
S.S Sarfati


E se eu parasse de tentar planejar absolutamente tudo na minha vida com certeza eu evitaria momentos como este. Momentos em que estou soprando uma mecha de cabelo do rosto enquanto penso em como estúpida eu fui por tentar planejar toda minha vida em um piscar de olhos, mesmo já tendo tido várias experiencias que me provaram que isso tudo era bobagem. 
Para que planejar? Por que não posso simplesmente me contentar com o pássaro que tenho na mão? Por que, assim que alguma coisa começa a dar certo na minha vida preciso insistir na ideia de que tudo vai começar a dar certo sendo que eu sei que não é assim que as coisas funcionam comigo? As coisas não funcionam perfeitamente comigo.
Tudo bem que você deve estar me achando uma louca por simplesmente chegar e descarregar mil e um problemas para você, mas é o seguinte: eu sou daquele tipo de menina que quando conhece um cara bacana, nem precisa ser bonito, automaticamente se encanta com ele e duas horas depois já está sonhando com o futuro que terão juntos. É cara, isso é muito coisa de menininha, mas acontece. 
Eu sonho com vários caras diferentes, mas sem nunca me apegar muito à eles ou fazer algum esforço para que tudo saia do plano das ideias. O ruim é quando acontece das coisas se tornarem um pouco mais reais e, por não entender de vida real, eu acabo bagunçando tudo e como se não fosse o suficiente quanto mais eu estou apegada mais eu insisto em bagunçar as coisas.
Estou apegada quando já fui capaz de planejar nosso futuro juntos de três maneiras diferentes sendo que em duas coloquei empecilhos como o tempo e as circunstâncias, mas que mesmo assim pudemos ficar juntos. Estou um pouco mais apegada quando já dou por certo que vamos ficar juntos no final independente do que aconteça, que nós somos end game. Estou extremamente apegada quando fico me perguntando quando nós vamos finalmente começar a andar de mãos dadas. Estou ainda mais apegada quando percebo que nada disso vai realmente acontecer. 
E agora você está lendo tudo isso sem nem desconfiar que é para você, afinal, você não fez nada de errado. Não fez mesmo, você não me iludiu ou tentou me enganar, Você foi apenas você e eu construí a imagem que quis do que eu tinha de você. Eu moldei os seus dizeres para o que era mais agradável.
Era como se eu tivesse você prontinho na minha frente, mas eu nunca aceitei muito o que você era, nunca gostei muito, mas como eu estava apaixonada demais para deixá-lo ir, eu fui fantasiando com o que você poderia ser e com o que você poderia se tornar até o ponto em que isso não foi mais possível. Quando em um momento do cotidiano que você algo simples, mas que como não teve como eu negar ou pintar com outras cores me destruiu. Me fez ver quem você realmente era e me fez perceber o quanto eu estive fantasiando todo esse tempo. Como me perdi em bobagens. Como gastei mal meu tempo, quem dera eu tivesse gasto todo o tempo que passei sonhando aproveitando sua companhia como ela realmente era.
Agora acabou. Você se foi, a festa acabou, a paixão não nos pertence mais. A única coisa que ficou foi aquela decepção amarga dentro de mim por não ter te aproveitado exatamente como você era ao invés de troca-lo pela imagem perfeita que tinha de você. Como eu sinto falta das suas imperfeições, dos seus defeitos e de tudo o que eu me esquecia quando transformava-o em um brinquedo dentro da minha cabeça. Como pude nunca perceber que era isso que eu mais gostava em você? Eu escolhi sofrer, eu escolhi ignorar o que realmente me fazia feliz em troca da perfeição. Quem precisa da perfeição? Você não. Quando entendi que te amava pelas suas imperfeições e que nossa história só era bonita por que não era perfeita, já era tarde demais e você já estava partindo enquanto eu vou ficar sempre aqui pensando no que poderíamos ter sido.

Beijos
S.S Sarfati


Foi um filme especialmente tocante para mim levando em conta o divórcio recente dos meus pais e a maneira que tudo aconteceu, mas fiquei bem feliz de ter tido a chance de assisti-lo no cineclube. Antes do filme começar o professor avisou que o filme seria tocante, mas eu não imaginei o quanto! Eu não sou muito de chorar, mas não consegui me segurar. A discussão sobre machismo foi inflamada, embora eu discorde de muito que foi dito em relação a família - algumas pessoas não conseguem se colocar no ponto de vista de outras pessoas sem se livrar da antiga visão de mundo. Este é um filme que eu tenho muito carinho, especialmente por ter me atingido de uma maneira tão particular e por ter gerado tantas consequências na minha vida. Ah, também foi o único cineclube que eu cheguei atrasada, o trânsito às vezes é uma chatisse - mesmo em uma cidade pequena.

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“Kramer Versus Kramer” é um daqueles filmes com o incrível mérito de não fazer apenas o espectador chorar, mas sim ter um motivo para chorar simplesmente por que o que é mostrado é algo digno de choro. Não apenas porque uma mãe com um falsa vida perfeita deixa o marido e o filho, mas porque pai e filho precisam aprender a conviver mesmo com todas as inaptidões entre os dois. E o mais interessante é que quando o filme parece ter chegado a um final, acontece a tão comentada briga pela guarda do menino.
Dói quase que fisicamente os sentimentos passados pelo filme, a dor de todos os três é realmente sentida e o que faz desse filme fantástico é como não é possível chegar a uma conclusão depois de assisti-lo: é um daqueles filmes que gera horas de discussão, mas nenhuma conclusão. É tão parecido com a vida real que realmente coloca em dúvida se é a arte que imita a vida ou a vida que imita a arte.
Os dois pais são tanto vilões como heróis, assim como todos os pais do mundo. Ao mesmo tempo em que a mãe erra ao deixar o filho na mão de um homem que não tinha vocação nenhuma para ser pai, o pai erra em nunca ter sido de fato pai do menino. A dor de ter um pai que não cumpre o papel de pai é tão grande quanto à de ser abandonado, mas não é como se esse fosse um aspecto com alguma relevância, ou na época de lançamento do filme ou em pleno 2014, por que para a maioria das pessoas basta ter um pai em casa que automaticamente ele está cumprindo seu papel – seja isso verdade absoluta ou mentira deslavada.
Não é possível negar que foi uma escolha ousada, especialmente por se tratar de um público totalmente adolescente. Não que não sejam capazes de entender o filme, mas mesmo que sem querer, eles sempre verão o filme pela perspectiva de filho, por que isso que adolescentes são: apenas filhos. E o problema dos filhos no divórcio dos pais é que eles pensam que são parte da situação afetada, mas no fundo eles não têm nada haver com a situação. Não importa o que os pais digam e “Kramer Versus Kramer” é um filme doloroso, mas essencial para quem quer entender o ato do divórcio.  


Sou do tipo de pessoa que valoriza as pequenas coisas, os pequenos gestos, as pequenas atitudes. Aquele bom dia legítimo, aquele preocupação sincera, aquele contato carinhoso. Me impressiono com conversas pequenas e corações gigantescos.
Sou sonhadora e utópica, é verdade, mas gosto de olhar para o olho das pessoas e tentar me levar pela primeira impressão que tive. É muito difícil eu "desistir" da primeira impressão que tive sobre alguém, mesmo quando essa impressão não foi tão boa ou até quando a pessoa me dá motivos para largá-la. Não gosto. Acho ingrato desistir de alguém por causa de uma série de atitudes, tomar uma série de decisões erradas não significa que você só tome decisões erradas. Talvez seja só uma fase errada, com pessoas erradas na hora errada. Quem sou eu para julgar se aquilo é certo ou não? Só quero que sejam todos felizes e muito mais felizes do que eu, por favor. Aí não tem motivo nenhum para alguém vir me incomodar.
Gosto de esperar. Gosto de esperar para ter certeza que o que eu via naquela determinada pessoa finalmente desabrochou. Gosto de ser aquela pessoa que não desiste das outras até quando ela desistiu dela mesma. O meu grande problema é entender quando isso está me fazendo mal. A grande diferença entre persistência e teimosia é que teimosia machuca e você insiste nela mesmo assim.
Gosto dos pequenos detalhes por que neles vejo esperança de dias melhores, com pessoas melhores que vão fazer um futuro melhor. Gosto das pequenas atitudes mais do que das grandiosas atitudes. É nos detalhes que conhecemos a verdade, é nos detalhes que somos de verdade.

Beijos
S.S Sarfati


Segundo cineclube foi no mês de Abril, calor de dia, mas precisava de moletom para voltar para a escola a noite. Confesso que não curti tanto este filme quando o anterior (Fabuloso Destino de Amelie Poulain), tanto por que não faz muito o meu estilo, mas consegui aprender a ver sua particular forma de beleza. Acho que por essas e outras foi o filme mais intenso até então. "Silencio Dos Inocentes" foi o primeiro de vários filmes que eu iria "ganhar spoliers" e dar uma pesquisada antes e também foi a primeira vez em que o machismo foi discutido principalmente entre as meninas cineclubistas (a proporção é de dez/doze meninas para um menino) e o nosso professor. Mal sabíamos que esta discussão ficaria inflamada no mês de Junho.

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Até pode não ser nem um pouco comum cruzar com pessoas como Hannibal Lecter na rua fora da ficção, mas isso não irá impedir ninguém de ficar com medo de caminhar em uma rua escura depois de assistir ao filme “Silencio Dos Inocentes” de 1991 do diretor Jonathan Demme com grandes nomes como Anthony Hopkins e Judie Foster. O filme não só ganhou vários prêmios da Academia, mas sim os cinco principais prêmios (melhor ator e atriz, melhor filme, melhor direção e melhor roteiro adaptado) sendo o terceiro filme da história a fazer tamanho feito.  E foi essa foi a verdadeira obra de arte cinematográfica escolhida para ser exibido no cineclube do mês de Abril.
O filme não fez sucesso entre os alunos presentes apenas por ser aterrorizante e instigante, mas por ter um protagonista psicopata extremamente atraente, Dr. Hannibal Lecter. Com um olhar certeiro e uma voz manipuladora, Dr. Lecter convence todos a sua volta com sua incrível perspicácia, uma vez em que o próprio é um psiquiatra e sabe qual é exatamente o seu diagnóstico e como manipulá-lo para as pessoas a sua volta. Ao contrário do que muitos podem imaginar, Hannibal Lecter é o maior psicopata da história do cinema e não Norman Bates, do clássico de Hitchcock “Psicose”, embora ele ainda tenha um lugar garantido no coração dos apaixonados pela sétima arte.
Outro aspecto muito interessante, porém nem sempre muito percebido por todos é a questão do papel da mulher na sociedade, sendo esse filme o único ganhador de Oscar onde de fato o personagem principal é uma mulher. Por estar em um ambiente extremamente masculinizado é possível todos os nuances e contrastes da Clarice Starling (Judie Foster) com o todo masculino.
Alguns podem dizer que o filme é sobre Clarice, e talvez até seja, mas não apenas sobre ela e sim sobre a envolvente manipulação que ela sofre sem nem ter consciência disso. Mas a pergunta que não quer calar: será que depois de todos os acontecimentos, Clarice ainda ouve as ovelhas à noite? 


O primeiro encontro do Cineclube 2014 foi a base do filme francês "O Fabuloso Destino de Amelie Poulain" e eu estava tão animada para ter essa experiência que até de ônibus eu fui (e eu raramente ando de ônibus). O mais curioso é que eu saí do cineclube super cansada, cansada do tipo de chegar em casa e cair num sono pesado. 
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Não, você não é lindo e sua vida não é perfeita, mas dá para ser feliz mesmo assim. Essa é a adorável mensagem que o filme “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” traz consigo. Com várias indicações a diversos prêmios e muito bem recebido pela crítica, o filme francês promete continuar ganhando os corações dos mais variados espectadores, sendo eles fãs de cinema ou não.
E então entra o Cine Clube, uma atividade proposta para os alunos de terceiro ano de ensino médio que acontece uma vez por mês, as terças feiras à noite. Algo inovador que promete plantar uma sementinha na cabeça daqueles que ainda não sabem que são fãs de cinema e fazer arder uma paixão no coração daqueles que são fãs declarados da sétima arte.
A escolha do filme foi precisa: “O Fabuloso Destino de Amélie Poulain” conta a história de uma moça, Amélie, que sempre foi muito solitária e como uma das formas de encontrar uma cura para a solidão que dentro dela tinha, ela aprendeu a enxergar os pequenos prazeres da vida e assim Amélie levava uma vida totalmente diferente da que se é esperado para uma protagonista de filme, e ai está a doçura do filme: entender que todos nós podemos ser protagonistas dos nossos próprios filmes, levando a nossa vida exatamente do jeito que ela é. Não precisamos de vidas perfeitas para termos um final perfeito ou uma trajetória da qual nos orgulhemos.
Um filme que nos convida a olharmos para nossas vidas e aceitarmos as nossas peculiaridades, as mesmas peculiaridades que somos incentivadas a escondermos para termos uma vida retilínea, são as particularidades que tornam nossas vidas únicas e que nos mostram a todo instante que a vida é um verdadeiro filme europeu.
Não existe filme melhor para ser exibido para alunos de terceiro ano, fase onde há além de uma leve presença da vida adulta e suas responsabilidades, uma pressão não tão leve assim para que seja decidido, logo aos dezessete ou dezoito anos, que tipo de adulto pretende-se ser pelo resto da vida. O que leva muitos jovens, desde os mais tolos até os mais desavisados, a sucumbirem suas peculiaridades, algo que poderia torna-los adultos extraordinários.


Já estamos no dia dez de novembro e o que eu posso dizer? Bem, eu posso dizer que faltam apenas três meses para o meu aniversário. E isso é loucura considerando que fazem apenas doze meses que faltavam três meses para o meu aniversário.
Eu estou escrevendo sem meus óculos então talvez algumas coisas saiam meio loucas ao longo do texto, tipo o texto todo. E eu estou cheirando a shampoo, o que não faz o minimo de sentido sendo que eu só uso shampoo no cabelo. Viu, um exemplo de coisa louca ao longo do texto. 
Aleatoriedades não fazem muito sentido se muito analisadas, o segredo é não analisá-las da maneira convencional e se deixar levar um pouco pelas banalidades sabe? Se perder um pouco ao acaso e não saber por onde ir.
Acho que este é o grande segredo da vida, como se tão nova eu realmente soubesse o segredo da vida, é entender de onde você veio e para onde você quer chegar sempre estando aberto as mudanças que podem acontecer ao longo da sua vida. É aquela coisa de que você sabe que nasceu e sabe que vai morrer portanto tudo o que você deve fazer é aproveitar o percurso e dentro deste percurso há grandes coisas que podem ser feitas, outros pontos de partidas e outros pontos de chegada também. É entender que a chegada pode mudar, mas não a saída. Alguma coisa que eu disse acima faz algum sentido? Mesmo que minimo?
Alguns eventos ao longo da vida são tão aleatórios e importantes sendo que, várias vezes, nós não somos capazes de entender por que foram importantes ou como exatamente eles afetaram nossas vidas, só entendemos que eles foram importantes. 
É tolice querer entender tudo que nos acontece. Ninguém vai conseguir de qualquer forma. É impossível. E entender a impossibilidade do entendimento é entender que o impossível pode acontecer nas nossas vidas e que ele vai vir em forma de eventos aleatórios na maioria dos casos. É só não tentarmos dissecá-los obstruindo os sentidos com uma vertente racional desnecessária.

Beijos
S.S Sarfati


Este ano eu fui presenteada com a maravilhosa oportunidade de, nas últimas terças de cada mês, me reunir depois das seis da tarde na escola com mais uns dez ou quinze alunos do terceiro ano e o nosso professor de gramática e literatura para discutirmos um pouco de cinema. E quando eu falo em discutir cinema, é cinema de verdade: desde filmes europeus até enxergar a importância em filme da sessão da tarde. 
A grande questão sobre o Cineclube é: eu não apenas passava agradáveis horas com pessoas muito legais, mas como cresci intelectualmente e como pessoa - o que é mais importante. Eu realmente passei a ver o mundo de outra maneira. Palavras não são capazes de descrever o quanto sou grata por esta oportunidade que tive e como lamento que meu tempo como cineclubista esteja acabando.
Eu me lembro da primeira terça feira que fui para o cineclube, eu estava tão animada! Foi tão interessante chegar na sala e ver um projetor e algumas cadeiras escolares viradas para a parede em que o projetor apontava, foi como se eu tivesse meu próprio cinema paradiso. O primeiro eu não tinha nem ideia do filme quando cheguei lá, mas nas sessões seguintes (sessões, reuniões, encontros, não sei o nome exato) digamos que, em algumas vezes, eu já tinha spoliers sobre o filme :X Engraçado mesmo que embora eu sempre goste de saber qual vai ser o filme antes de todo mundo principalmente por conseguir pesquisar antes, a emoção da surpresa do filme é algo indescritível. E como eu não consigo gostar de algo e não escrever a respeito, lógico que eu tinha que escrever sobre o cineclube e os filmes do cineclube. 
Para ser honesta tenho escrito desde o início, mas só mostrava para o meu professor e só escrevi até o filme de Junho, depois disso eu meio que deixei isso de lado, mas agora que está acabando (só tem mais uma reunião!) decidi compartilhar minhas impressões sobre os filmes. Sei que nem todo mundo vai ter a oportunidade de se reunir e discutir sobre filmes clássicos da maneira que eu tive, mas todo mundo que tiver interessado pode sempre assistir aos filmes (e pode me contar depois, viu?). A partir de hoje vou compartilhar como foi cada encontro e as minhas impressões sobre cada filme e quando já tiver falado de todos os filmes do cineclube, vou começar a falar dos outros clássicos do cinema que andei assistindo, combinado? E sempre sob o nome de "Cineclube" para ser uma eterna homenagem a esta experiencia tão proveitosa.

Beijos
S.S Sarfati


Demorou, mas finalmente aconteceu: estou com o livro em mãos! É tão louca a sensação de ver seu nome na capa de um livro, acho que é quando você finalmente sente que tudo não é mais apenas um sonho louco. 
Os livros chegaram ontem (quarta feira) por volta das cinco da tarde e fez a minha felicidade ontem e hoje. Sem contar que minha professora de biologia comprou o primeiro livro (cliquem aqui para ver a foto) e o meu professor de português fez a maior onda com o livro na sala, até leu a primeira página. É engraçado por que depois que eu revisei para mandar para editora eu ainda não tinha lido e quando eu escutei ele lendo a primeira página eu reescrevi de umas três maneiras diferentes a primeira página, sou perfeccionista demais socorro!
Fascinante é a palavra que eu posso usar. É a única palavra que posso usar. Não apenas pela experiencia em si, mas pelo carinho que tenho recebido. É mágico. Chego a pensar se eu realmente mereço tudo isso. 
Mais uma vez agradeço a você que me acompanha por aqui, afinal foi aqui que tudo começou. Obrigada.

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Beijos 
S.S Sarfati


É curioso como quando você coloca "NOVEMBRO" na internet para buscar uma imagem bonitinha só tem imagens que nos remete a frio ou até mesmo neve (tipo esta acima) e nada que nos remeta a um clima um pouquinho mais ameno (como se aqui ao invés de estar um calor gigante, estivesse ameno, mas ok).
É muito louco pensar que falta menos de dois meses para o final do ano, quero dizer, parece que foi ontem o meu aniversário (Fevereiro), que eu estava animada para o terceirão e agora eu já estou acabando o terceirão! Uau. É tão louco pensar que eu só tenho mais um mês de aula e que por isso eu tenho que focar um pouquinho mais na escola se eu não quiser ficar nela até dia 15/12.
Eu ando um pouco mais afobada e cansada ultimamente e acho que isso reflete um pouco nos posts que faço, mas, por favor, não desistam de mim :3 
Então neste mês de Novembro vou tentar gravar vídeos, assim como vou tentar focar mais na escola então não estranhem se eu sumir um pouquinho a partir do dia 10/11. Este mês é o mês "pré-natal", ou seja, neste mês que eu começo a preparar a história natalina de 24 capítulos que escrevo em Dezembro (ano passado foi "Contando Um Conto De Natal", alguém lembra?). Honestamente só quero que este mês termine bem, cruzem os dedos para mim!

Beijos 
S. S Sarfati