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Tem alguns filmes, especialmente os de comédia romântica, que todo mundo já assistiu e ter assistido eles é como se fosse a filmografia básica se você quer sair de casa e conversar com pessoas de verdade e um desses filmes é "A Mentira" (ou "Easy A" no título original).
Eu já tinha visto um milhão de posts com cenas do filme no Tumblr, especialmente a cena quase clássica do cinema contemporâneo onde ela diz "No, John Hughes did not direct my life" ("Não, John Hughes não está dirigindo a minha vida"). Para quem não sabe, John Hughes foi o diretor de vários filmes que marcaram (em especial) a década de 1980 como "Curtindo a Vida Adoidado", "Clube dos Cinco" e "Gatinhas e Gatões". E por que eles marcaram época? Bem, esses foram os primeiros do gênero "teen" ou simplesmente dizendo aqueles filmes que se passam durante o High School (Ensino Médio) e depois deles, como você já deve ter assistido vários, vieram MUITOS filmes adolescentes.
"Easy A" (vou tratar o filme com o titulo original porque faz muito mais sentido - já vou explicar isso) vem com uma proposta incrível de ser "anti-clichês dos filmes adolescentes", mas que falha miseravelmente no final. 

Atenção, se você não assistiu ao filme e odeia spoliers clique aqui para assistir ao filme no Netflix ou aqui para assistir ao filme no MegafilmesHD para depois continuar lendo este texto.

O filme conta a história de Olive que é aquela adolescente invisível no Ensino Médio que só queria que algo incrível acontecesse com ela para que ela enfim fosse notada. Um dia ela inventou uma mentirinha para a melhor amiga e a fofoca se espalhou e todo mundo ficou sabendo que a Olive existia. Só que para se manter em alta ela continuou inventando mentirinhas até que ela perdeu o controle da situação. A proposta anti-clichê entra quando, no fundo, tudo o que ela queria era viver em um filme dos anos oitenta e por mais que ela tentasse ela nunca iria conseguir isso pelo simples fato de John Hughes não estar dirigindo a vida dela. O filme consegue manter essa espécie de visão crítica até muito perto do final.
O que esses filmes de garotas excluídas sempre têm? Ela sempre tem um amigo que é super legal e descolado que não se importa com as panelinhas e rótulos e que sempre é meio bonitão. E claro que em "Easy A" esse cara não poderia faltar. Esse filme só não ganhou a nota dez na escala clichê adolescente porque a Olive não passa o filme todo querendo aquele atleta bonitão que no fundo é um babaca, mas com certeza leva oito. 
A Olive passa o filme todo querendo viver um clichê adolescente e quando ela finalmente percebe que não vai rolar, o que acontece? Ela fica com o cara descolado que sempre foi amigo dela sem motivo algum, vivendo assim, um clichê adolescente. Nos minutos finais, o filme destrói o que aconteceu na última uma hora e meia.


Usando as palavras da própria Olive "sempre tem um professor de Literatura" porque de fato  realmente sempre tem um professor de Literatura e na aula de literatura está sendo trabalhado o livro "Letra Escarlate" o qual a protagonista é obrigada a usar uma letra A na roupa para que todos vejam que ela é adultera e Olive, sempre atenta as aulas de Literatura, decide incorporar isso e já que ela é considerada "a vadia da escola" ela decide usar um A na roupa dela para que todos possam ver que ela é de fato "a vadia da escola", mas por mais legal que referências a Literatura sejam, não salva. É um filme ótimo, muito engraçado, mas que não cumpre com o que ele promete.

Beijos
S.S Sarfati
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