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Esses dias marquei de encontrar com a minha mãe no shopping e enquanto ela não chegava decidi dar uma volta na livraria para o tempo passar mais rápido. Geralmente eu fico na parte de literatura nacional, internacional, clássicos, filmes, músicas, essas coisas. Nunca saio muito disso. Só que ela demorou bem mais do que eu achei que ela iria demorar.
Claro que com um sorvete tudo passa mais rápido, mas até o sorvete chega ao fim. Quando o sorvete chegou ao fim fui explorar os cantos que eu não estou acostumada. Claro que não fui dar rolê na parte de livros de Medicina, né? Fiquei na parte de livros infantis e me surpreendi muito com a quantidade de livros que tinham lá, era uma infinidade de títulos! Comecei a ler título por título e me lembrei de como eu me sentia quando eu ia para a livraria justamente para ir naquela parte da livraria, quando eu simplesmente ignorava o restante dos livros justamente porque eu achava que aquela parte era a melhor, quando eu simplesmente não entendia o porque dos meus pais nunca ficarem lá comigo, afinal, era a parte mais alegre da livraria!  
Engraçado como parece que fiquei horas observando os títulos quando na realidade fiquei pouco mais de quinze minutos, mas algo chamou minha atenção muito mais do que a passagem do tempo: os títulos dos livros infantis são absurdamente simples abordando temas bastante complexos. Por exemplo, um que me chamou bastante a atenção, era "Meu Avô Italiano" que aborda a questão da imigração no brasil - uma questão amplamente discutida tanto nas aulas de História e Geografia como na questão da formação da identidade brasileira.
Se esse livro fosse para adultos teria um título muito mais complexo. Claro que eu sei que a abordagem seria outra e bem mais aprofundada, mas por que nós, adultos, precisamos complicar tudo? Por que nós achamos que crescer é sinônimo de "complicação"? Não, não é. Não precisa ser. Crescer é só crescer, complicar é outra coisa.
Muita gente diz que tem saudades da infância, quando não tinha preocupações diferentes da hora em que seu desenho favorito ia passar. Tudo bem que hoje você provavelmente não tem um desenho animado favorito, mas aposto que você tem uma série favorita. Então por que você não se preocupa com o horário dela? Claro que não é a mesma coisa, mas é um começo. Coloque na cabeça que o passado não vai voltar mais e você já deu um passo importante para parar de ser um adulto sem graça. Ser criança é legal, mas usando uma das frases favoritas da minha mãe, toda fase tem sua parte legal. Se ser adulto é chato por causa das responsabilidades, por outro lado você tem a liberdade de fazer o que quiser com a sua vida, de ganhar seu próprio dinheiro e gastá-lo como quiser. Quando você era criança você era refém das decisões dos seus pais e nem sempre concordamos com o que nossos pais decidem. Viu, ser criança não era perfeito. Tentar aproveitar o dia a sua maneira não é crime hediondo, não dá cadeia. Crescer é obrigatória, se tornar chato é opcional. Por mais que estejamos presos a estudos ou trabalhos não muito agradáveis, somos livres para jogar tudo isso para o alto - a questão é que na maioria das vezes não é sensato fazer isso, mas outra coisa que não é sensato é viver uma vida chata e culpar a passagem do tempo por isso.

Beijos
S.S Sarfati


Uma coisa muito interessante de datas comemorativas é que como são datas especiais é bem fácil lembrar como estava sua vida no ano anterior. Se eu lembrar como estava minha vida ano passado, posso dizer que muita coisa melhorou, mas se eu comparar as expectativas que eu tinha em relação a este ano, muita coisa continua igual. 
Claro que em Agosto de 2014 eu já havia tomado algumas das decisões que moldariam o meu 2015, mas não teve nenhuma mudança drástica na minha vida, ou melhor dizendo, não aconteceu nenhum rompimento tão abrupto na minha vida a ponto de poder dizer "nossa, nunca pensaria que minha vida estaria assim". Sei que é bastante clichê, mas isso não me impede de morrer de vontade de dizer isso. Claro que quero poder dizer uma coisa dessas em um contexto positivo, ninguém merece um contexto negativo para dizer uma coisa dessas.
Eu vejo as mudanças na minha vida da mesma maneira que vejo meu pastor alemão crescer: eu vejo ele todos os dias. Eu brinco com ele todos os dias, então para mim ele está exatamente do mesmo tamanho que ele estava quando chegou aqui em casa, entretanto, quando eu pego as fotos que tirei dele no início do ano a primeira coisa que penso é em como ele cresceu. 
A vida é a mesma coisa: eu estou vivendo minha vida todos os dias. Eu estou fazendo minhas escolhas e acompanhando suas consequências diariamente por isso eu não vejo muita diferença quando penso na minha vida, mas quem fica um tempo sem falar comigo fica até um pouco surpreso com o rumo que as coisas tomaram. Escrever e publicar o "Existe Razão" foi um processo longo e até um pouco desgastante para mim, mas para a maioria das pessoas foi algo repentino.
Mudanças, grandes ou pequenas, são uma questão de ponto de vista. Para alguém que planeja a vida dificilmente ocorrerá mudanças repentinas, enquanto para alguém que não pensa muito no futuro avida será sempre cheia de mudanças repentinas. Mudar ou não mudar, encarar algo como uma mudança ou uma constância é apenas uma questão de coragem, afinal, viver requer coragem.

 Beijos
S.S Sarfati 


Agosto é conhecido como o mês que demora dois meses para passar, não é? Brincadeiras a parte, é realmente engraçado como esse sentimento de lentidão em relação ao mês de Agosto é geral, perdi as contas de quantas postagens em relação a isso eu já vi na minha timeline do Facebook.
De qualquer forma, estou bastante animada em relação a esse Agosto que se inicia. Eu tenho afinidade com o segundo semestre e tenho certeza que este ano não vai ser diferente.
Acabei de voltar de férias ma-ra-vi-lho-sas (Cancún meu amor) e com certeza ainda vou falar muito sobre a viagem (adoro falar sobre viagens, o que acham de mais posts sobre o assunto de maneira geral?) e sobre a experiência em si (foi a primeira vez que viajei sozinha só com amigas). Com certeza enriqueceu demais minha vida em vários sentidos diferentes. Sério, essa viagem deu o 'up' que minha vida estava precisando (por isso que estou sempre batendo na tecla de que viajar é algo maravilhoso e enriquecedor).
Estou pronta para voltar a ativa. Acreditem, eu senti muito mais falta das minhas crônicas e contos do que vocês conseguem imaginar. Foi como se eu simplesmente tivesse perdido meu "poder" de ver a vida de maneira menos cruel do que ela realmente é. Eu voltei a simplesmente ter ideias aleatórias, de imaginar situações e de querer transpor para o mundo real algo que só está vivo dentro da minha cabeça - coisas que eu sempre fiz. Eu dei um passo muito importante quando voltei a escrever uma história inédita, a "Lado B" que venho sempre postando aqui recentemente. Só isso que andei postando né? Fiquem tranquilos, não vai ser mais só isso, mas vai continuar tendo isso. Naquele mesmo esquema de "Existe Razão" (que completou um ano de lançamento da capa agora no dia 29/7).
Eu preciso me permitir errar, tanto no campo da escrita (há quanto tempo não escrevo? Claro que vou ter dificuldades para voltar), mas no campo dos relacionamentos. Nem estou falando só dos relacionamentos amorosos, mas dos do dia-a-dia mesmo. É difícil lidar com as pessoas e às vezes você só precisa entender que nem sempre determinadas pessoas devem continuar na sua vida e isso não é ruim. Não é culpa sua se algumas pessoas não querem você na vida delas, se você também não quer elas na sua vida. Tem tanta gente que quer te tratar bem, mas você não deixa e depois diz que as pessoas são malvadas. 

"Navegar é preciso. viver não é preciso"

Beijos
S.S Sarfati