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Recentemente eu me interessei por um rapaz que, ao contrário de mim, não tinha quase nenhuma rede social. Enquanto eu tenho praticamente todas as redes sociais mais conhecidas (meu Twitter, por exemplo, foi criado em 2009), ele mal tinha Facebook - o que significava que não tinha quase fotos, postagens e nada que pudesse ser "stalkeado".
"Stalk" é um verbo em inglês que significa "perseguir", contudo, popularmente no Brasil a palavra adquiriu um novo significado - ganhando até mesmo sufixos próprios da Língua Portuguesa. "Stalkear" passou a significar algo próximo de "fuçar" oriundo do falecido Orkut. Lembra quando ficávamos dando uma olhada em quem visitava nosso perfil, vendo as Comunidades e Amigos da pessoa? Ou quanto ela era Sexy, Amigável ou Confiavel? Agora, quase no fim da década de 2010 continuamos fazendo isso de outras maneiras um pouco menos diretas, mas ainda sim querendo descobrir tudo o que podemos sobre as outras pessoas e claro que quando rola um interesse amoroso a curiosidade por descobrir detalhes da vida da pessoa aumenta absurdamente e foi isso que aconteceu comigo em relação ao primeiro rapaz fora das redes sociais que eu vejo desde que as redes sociais se popularizaram.
Mais tarde naquele dia eu comentei com a minha mãe que havia conhecido um rapaz que praticamente não usava nem Facebook e finalizei dizendo em tom de brincadeira que se eu quisesse conhecê-lo, eu teria que conversar com ele, da mesma maneira que ela conheceu meu pai há 30 anos atrás? Quando eu acabei de falar eu, literalmente, escutei um click na minha cabeça. A gente, a minha geração que passa desde a pré-adolescência pulando de rede social em rede social, está pautando todas as relações inter-pessoais nas redes sociais e estamos perdendo não apenas a capacidade de interagir, mas um pouco de raciocinar e isso é horrível.
Qualquer coisa que queremos saber, hoje em dia é só jogar no Google. O conhecimento não precisa ser mais construído, ele se tornou instantâneo e o mesmo vale sobre o conhecimento em relação a pessoas. Entramos no perfil da pessoa, vemos qual tipo de música ela e gosta para assim postar o link da música no mural e, com sorte, chamar atenção da pessoa. Não perguntamos mais o que elas estão escutando ultimamente. Observamos muito, conversamos pouco.
Beijos
S. S Sarfati
Mais tarde naquele dia eu comentei com a minha mãe que havia conhecido um rapaz que praticamente não usava nem Facebook e finalizei dizendo em tom de brincadeira que se eu quisesse conhecê-lo, eu teria que conversar com ele, da mesma maneira que ela conheceu meu pai há 30 anos atrás? Quando eu acabei de falar eu, literalmente, escutei um click na minha cabeça. A gente, a minha geração que passa desde a pré-adolescência pulando de rede social em rede social, está pautando todas as relações inter-pessoais nas redes sociais e estamos perdendo não apenas a capacidade de interagir, mas um pouco de raciocinar e isso é horrível.
Qualquer coisa que queremos saber, hoje em dia é só jogar no Google. O conhecimento não precisa ser mais construído, ele se tornou instantâneo e o mesmo vale sobre o conhecimento em relação a pessoas. Entramos no perfil da pessoa, vemos qual tipo de música ela e gosta para assim postar o link da música no mural e, com sorte, chamar atenção da pessoa. Não perguntamos mais o que elas estão escutando ultimamente. Observamos muito, conversamos pouco.
Beijos
S. S Sarfati