Image Map



Eu acho que sou feminista desde o momento em que minha mãe me disse pela primeira vez que se algum menino me desrespeitasse era para eu bater nele sem dó e se a professora encrencasse eu poderia dizer que minha quem havia mandado eu fazer isso. Eu não devia ter mais de oito anos e desde então sempre entendi que poderia fazer o que eu quisesse fazer e que nenhum menino poderia me impedir e isso começou quando eu queria jogar bola com eles e as outras crianças, especialmente as outras meninas, faziam piada de mim. Os meninos ficavam quietos de forma geral provavelmente porque eu ameaçava bater neles. 
Quando eu tinha uns 10 ou 11 anos eu conheci as Pussycat Dolls - aquele girl group que cantava clássicos como Buttons e Wait a Minute. Passava um reality show delas no canal E! no final do domingo e uma amiga gostava muito delas então acabei entrando na onda com as músicas dançantes delas. Quem nunca rebolou ao som de Beep o feat delas com o rapper do (falecido) Black Eye Peas, Will.I am ou Don't Cha
Não fazia sentindo para mim elas usarem roupas tão curtas e provocantes. Eu achava que aquilo era "roupa de piranha" e que piranhas não teriam músicas tão legais quanto a que elas tinham. Seriam elas piranhas também? Em uma época em que Spotify não existia, eu baixava as músicas delas no (também falecido) Emule e ia acompanhando as traduções no Vagalume e, de acordo com a capacidade de interpretação de texto que uma criança de 10 anos tinha, eu percebia que as letras das músicas delas não pareciam "letras de piranhas" como as de Funk (ainda que o funk de 2007 era bem mais leve que os de hoje e consistia em ser algo como Se Ela Dança, Eu Danço).
Depois disso eu me lembro de ver uma entrevista com a criadora do grupo, Robin Antin, dizendo que as Pussycat Dolls eram para serem empoderadoras, sobre serem independentes e não precisarem de um homem para nada. Considerando a época em que eu vivia em que as crianças faziam piadinhas sobre eu gostar de Harry Potter (algo de menino) e jogar bola, eu passei a considera-las minhas musas.
Hoje, dez anos depois, escuto as músicas delas, assisto aos clipes e percebo o quanto empoderadoras elas eram e o quanto ainda precisamos de grupos como elas. Dez anos se passaram e os caras ainda não entenderam que um flerte é só um flerte e não um convite para ir para cama. Ou que as mulheres não precisam de um cara na vida delas para serem felizes. Citando a música I Don't Need a Man "eu não preciso de um anel envolta do meu dedo para me fazer sentir completa".

Beijos
S.S Sarfati

Cliquem aqui para serem direcionados ao melhor álbum delas no Spotify <3 

Deixe um comentário