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Guia do Mochileiros das Glaxias

Sendo um clássico da ficção cientifica contemporânea e um ícone da cultura Geek/Nerd (Inclusive o Dia do Orgulho Nerd também é o Dia da Toalha, objeto muito significativo na história, 25/05) O Guia do Mochileiro das Galáxias era uma leitura obrigatória na minha vida e na vida de todos aqueles que gostam de ler livros clássicos - e não é porque é um clássico que tem uma escrita rebuscada, chata, massiva, pelo contrário: é divertido, ágil e é essencialmente uma comédia que usa o humor para caçoar muitos dos defeitos humanos.
O Guia do Mochileiro das Galáxias começou como série para rádio, depois tornou-se uma compilação de fita cassete e então em livro e logo tornou-se um best seller. Depois disso foi adaptado para série e filme.
Este é o primeiro título da famosa série escrita por Douglas Adams, que conta as aventuras espaciais do inglês Arthur Dent e de seu amigo Ford Prefect.  A dupla escapa da destruição da Terra pegando carona numa nave alienígena, graças aos conhecimentos de Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do mochileiro das galáxias, o melhor guia de viagens interplanetário.
Eu fiquei um pouco confusa no início do livro, precisando forçar ele um pouco (se tem algo que eu aprendi com a faculdade Jornalismo foi forçar leituras chatas) até me acostumar com o estilo e entender as nuances das ironias usadas por Adams. Eu não estou muito familiarizada com livros irônicos então isso foi algo que pesou no começo da leitura - se eu não fosse tão teimosa (e tivesse um desafio para cumprir) talvez tivesse abandonado o livro.
Escrito em 1979, as críticas de Adams feitas através de um cenário tão improvável quanto o fim do mundo conseguem ser extremamente atuais e relacionados a notícias que vemos hoje em dia na grande mídia. No início do livro ele apresenta o Sr. Prosser e sua adoração por machados,   ele não sabe porque gosta tanto de machados, só sabe que gosta muito de machados - quanto isso não pode ser associado aos americanos (especialmente os sulistas) e sua obsessão por armas? Eles nem sabem porque são tão apegados as armas, mas são apegados aquelas máquinas de matar e se sentem mais seguros com elas mesmo sabendo que as chances de morrerem por uma dessas é muito maior do que a chance de usa-las para se defender.
O autor também caçoa dos sistemas de governo quando introduz Zaphod alguém que ninguém esperava que fosse um dia se candidatar a presidência (alô alô 40º Presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan) e quando se candidatou acharam que era o fim do mundo (Olá Trump!), além de ironizar o cargo de presidente em si:
O presidente, em particular, é simplesmente uma figura pública: não detém nenhum poder. Ele é aparentemente escolhido pelo governo, mas as qualidades que ele deve exibir nada têm a ver com liderança. Ele deve é possuir um sutil talento para provocar a indignação [...] Não cabe a ele exercer o poder, e sim desviar a atenção do poder. 
Além de criticar muitos comportamentos humanos:
Se eles [os humanos] não ficarem constantemente exercitando seus lábios - pensou ele -, seus cérebros começam a funcionar. 
E sua tendência a usar coisas que eram originalmente boas para fazerem coisas ruins:
Enquanto isso, o pobre peixe-babel, por derrubar os obstáculos à comunicação entre os povos e culturas foi o maior responsável por guerras sangrentas, em toda a história da criação.
Sem falar do pedantismo intelectual infelizmente tão presentes em ambientes acadêmicos:
Muitos físicos respeitáveis afirmavam que não admitiam esse tipo de coisa - em parte porque era uma avacalhação da ciência, mas principalmente porque eles não eram convidados para essas festas. 
Há tantas críticas, passagens interessantes, intertextualidades presentes neste livro que eu escrevi e apaguei esse post pelo menos uma centena de vezes porque eu não queria que isso virasse um trabalho acadêmico chato, cheio de referencias e citações - eu queria ter colocado pelo menos uma dúzia para explicar todos os pensamentos que me ocorreram em quanto eu lia essa obra prima, mas eu decidi deixar de lado para não me tornar irritante.

E você, já leu ou tem vontade de ler Guia do Mochileiro das Galáxias?

Beijos
S.S Sarfati


O livro disponível no link é a edição única, ou seja, só o primeiro volume da trilogia de cinco livros. Caso queira comprar a edição completa, capa dura, clique aqui 

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